ATA DA OCTOGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 25-10-2006.
Aos vinte e cinco dias do
mês de outubro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Cassiá
Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Ervino
Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Nereu
D'Avila e Neuza Canabarro. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Comassetto, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen
Pinheiro, João Bosco Vaz, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti,
Mônica Leal, Paulo Odone, Professor Garcia e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados:
pelo Vereador Carlos Comassetto, a Emenda n° 01 ao Projeto de Lei do Executivo
n° 046/06 (Processo n° 4969/06); pelo Vereador Mario Fraga, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 214/06 (Processo nº 5024/06). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios
nos 006/06, do Vereador Bernardino Vendruscolo, Presidente da Comissão
Especial para averiguar problemas na prestação do serviço de telefonia móvel em
Porto Alegre; 10852317, 10852318, 10852321, 10852322, 10852325 e 10852326/06,
do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, constatada a existência de quórum
deliberativo, foram aprovadas as Atas da Septuagésima Sexta e
Septuagésima Sétima Sessões Ordinárias e da Qüinquagésima Nona e Sexagésima
Sessões Solenes. Ainda, foi apregoado o Memorando nº 216/06, firmado pelo
Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio
do qual Sua Excelência informa a Representação Externa deste Legislativo, pelo
Vereador Adeli Sell, no Seminário Mecenas na República: Financiamento Público à
Cultura, ontem e hoje, no Centro Cultural CEEE Érico Veríssimo, em Porto
Alegre. A seguir, por solicitação do Vereador Dr. Goulart, foi realizado um minuto
de silêncio em homenagem póstuma à Senhora Maria Madalena Ciulla Cabeda,
falecida hoje. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão
Preliminar, esteve, em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Executivo nº 046/06,
discutido pelos Vereadores Clênia Maranhão, Adeli Sell, José Ismael Heinen, João Antonio Dib, Ervino Besson e Maristela
Maffei. Na oportunidade, constatada a existência de quórum deliberativo, foi
aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Margarete Moraes, solicitando
Licença para Tratar de Interesses Particulares hoje e amanhã. Também, a
Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão
dos trabalhos da presente Sessão. Às quinze horas e oito minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos,
sendo retomados às quinze horas
e nove minutos, constatada a existência de quórum. Após, constatada a
existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal
formulado pela Vereadora Clênia Maranhão, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão, por dezessete votos SIM e um voto NÃO, após ser
encaminhado à votação pelo Vereador João Antonio Dib, em votação nominal
solicitada pelo Vereador Adeli Sell, tendo votado Sim os Vereadores Alceu
Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão,
Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João
Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Mario Fraga, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza
Canabarro e Valdir Caetano e Não o Vereador João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Adeli Sell cobrou do Executivo Municipal a abertura de creche
localizada no Bairro Restinga e indagou a respeito da repintura de uma faixa de
segurança e da colocação de um redutor de velocidade na Avenida Moab Caldas.
Também, argumentou que o Senhor Luís Afonso Senna, Secretário da Mobilidade
Urbana, ainda não encaminhou o projeto Portais da Cidade a este Legislativo. O
Vereador Cassiá Carpes manifestou-se favoravelmente ao Projeto Portais da
Cidade, considerando precipitadas as conclusões a respeito dessa iniciativa e defendendo
maior discussão sobre o assunto. Nesse sentido, sugeriu a necessidade de que
sejam promovidas ações integradas no Centro, tais como melhorias no acesso a
essa região e a criação de “camelódromo”, avaliando o potencial de consumo que
representa a área central de Porto Alegre. O Vereador José Ismael Heinen aludiu
às propostas de redução da carga tributária, feitas por candidatos à
Presidência da República, argumentando que essa iniciativa faz parte da
abordagem liberal da economia. Além disso, discorreu acerca dos problemas
habitacionais de Porto Alegre e do Brasil, atentando para a importância que a
casa própria tem na vida das pessoas e sugerindo a simplificação dos requisitos
para contratação de crédito imobiliário popular da Caixa Econômica Federal. O
Vereador João Antonio Dib posicionou-se contrariamente à alteração da ordem dos
trabalhos da presente Sessão, anteriormente aprovada, defendendo a
significância do período de Pauta para a discussão dos Projetos que tramitam
neste Legislativo. Ainda, cobrou a observância do disposto no artigo 229 do
Regimento, acerca dos requisitos para pronunciamento em Comunicação de Líder e
lembrou Projetos de Lei constantes na Pauta de hoje, que gostaria de ter
analisado com mais calma. A Vereadora Clênia Maranhão prestou esclarecimentos
acerca dos trabalhos desenvolvidos neste Legislativo pela base de apoio ao Governo
Municipal, salientando que cada Vereador tem liberdade para agir de acordo com
sua vontade. Ainda, divergiu de afirmações feitas pelo Vereador Adeli Sell durante
o período de Pauta da Sessão Ordinária de ontem, rechaçando a postura de integrantes
do Partido dos Trabalhadores em relação a iniciativas e Projetos oriundos do
Governo Municipal. Após, o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário,
do Vereador Odraciro Cirne da Silva, do PDT, da Câmara Municipal de Arambaré –
RS – e do Senhor Élcio Mota da Silva, da Vila Nossa Senhora Aparecida. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei abordou o sistema de
transporte coletivo do Município, relembrando ações nessa área empreendidas
pelo Partido dos Trabalhadores quando à frente da Prefeitura de Porto Alegre.
Da mesma forma, avaliou o projeto Portais da Cidade, elaborado pelo Poder
Executivo, e convidou para reunião a respeito dessa proposta, a ser promovida
no dia seis de novembro do corrente, pelo Fórum dos Usuários
do Transporte Coletivo. O Vereador Ervino Besson reportou-se ao pronunciamento
hoje efetuado pelo Vereador Adeli Sell, acerca da Creche Palhaço Feliz,
localizada no Bairro Restinga, informando que a reabertura dessa instituição já
está sendo encaminhada pelo Governo Municipal. Ainda, comentou a mortandade de
peixes observada no Rio dos Sinos, ressaltando a importância de que cada
cidadão se conscientize acerca do seu papel como partícipe no combate à
poluição e na preservação do meio ambiente. A seguir, constatada a existência
de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado
pelo Vereador Luiz Braz, solicitando alteração na ordem de apreciação da
matéria constante na Ordem do Dia, conforme deliberado pelo Colégio de Líderes.
Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Executivo nº
034/06, por vinte e seis votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores João
Antonio Dib, João Carlos Nedel, Cassiá Carpes e Carlos Comassetto, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto,
Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib,
João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maristela Maffei,
Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone
e Professor Garcia. Na oportunidade, os Vereadores Paulo Odone e João Antonio
Dib manifestaram-se acerca da tramitação e do parecer exarado pela Comissão de
Constituição e Justiça, referentes ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/06. Em
Votação, foi aprovado o Requerimento nº 138/06. Às dezesseis horas e vinte e um minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões
Permanentes, sendo retomados às dezesseis horas e trinta e nove minutos,
constatada a existência de quórum. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei do Executivo nº 002/04, por vinte e quatro votos SIM, em votação
nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia e
Valdir Caetano. Na ocasião, a Vereadora Clênia Maranhão manifestou-se acerca da
ordem dos trabalhos da presente Sessão. Após, foram votados conjuntamente e
aprovados Requerimentos de autoria do Vereador Carlos Comassetto, solicitando o
adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº
001/06, dos Projetos de Lei do Legislativo nos 179/05 e 041/06 e do
Projeto de Resolução no 125/05 e o adiamento, por uma Sessão, da
votação dos Projetos de Resolução nos 041 e 132/05 e do Projeto de
Lei do Legislativo no 032/05, após serem encaminhados à votação
pelos Vereadores João Antonio Dib e Carlos Comassetto. Em Discussão Geral e Votação, esteve o
Projeto de Lei do Legislativo nº 104/03, o qual, após ser discutido pelos
Vereadores João Antonio Dib, Aldacir Oliboni, Professor Garcia e Luiz Braz,
teve sua discussão adiada por duas Sessões, a Requerimento, aprovado, de
autoria do Vereador Aldacir Oliboni. Em Discussão Geral, 2ª Sessão, esteve o
Projeto de Resolução nº 111/05, discutido pelos Vereadores Adeli Sell,
Professor Garcia, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo e João Antonio Dib. A
seguir, o Vereador Mario Fraga formulou Requerimento verbal, solicitando
verificação de quórum. Às dezessete horas e vinte e sete minutos, constatada a
inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã,
à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart,
Luiz Braz e Haroldo de Souza e secretariados pelos Vereadores Haroldo de Souza
e Luiz Braz, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos
à
DISCUSSÃO PRELIMINAR
(06 oradores/10 minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC. N. 4969/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 046/06, que estima a Receita e fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para
o exercício econômico-financeiro de 2007.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, estamos fazendo, mais
uma vez, a discussão da Proposta Orçamentária do Município de Porto Alegre, que
está tramitando nesta Casa, enviada pelo Executivo para a nossa apreciação.
Queria retomar aqui o importante conceito que rege esta Peça Orçamentária, porque
neste ano consagramos a metodologia de interface dos trabalhos das Secretarias
da Prefeitura de Porto Alegre, interface expressa no documento do Orçamento
para 2007, que está em sintonia com a metodologia já analisada, discutida e
aprovada nesta Casa no Plano Plurianual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias. É
importante frisar essa metodologia, porque ela propicia uma melhor eficiência,
uma melhor eficácia dos trabalhos da nossa Prefeitura Municipal de Porto
Alegre. Apesar de há praticamente trinta anos a ONU preconizar essa
metodologia, só a partir do nosso Governo é que começamos a ter a possibilidade
de trabalhar a Peça Orçamentária com essa maior visibilidade, propiciando uma
melhor compreensão do texto da Proposta Orçamentária enquanto tramita nesta Casa,
como também uma maior transparência, o que nos garante um melhor acompanhamento
na fase de execução do processo orçamentário da nossa Cidade.
Eu
ainda acho importante recolocarmos aqui que para o exercício de 2007 estamos
discutindo o valor de 2,6 bilhões de reais, aproximadamente 8% superior ao
Orçamento que analisamos no ano passado para o ano de 2006. Queria também
destacar como positivo, como importante, entre os avanços que temos tido nesses
dois anos do nosso Governo, o montante relativo aos investimentos para a nossa
Cidade. A Proposta que a Prefeitura encaminha para esta Casa amplia de 10% para
12% o total de investimentos do nosso Orçamento para o próximo ano.
Considerando que, quando assumimos a Prefeitura, fazia três anos seguidos que a
Prefeitura de Porto Alegre, por problemas da sua administração, estava no
vermelho, o que inviabilizou, e até hoje inviabiliza, atrairmos, a exemplo de
outras Capitais brasileiras, investimentos para o nosso Município. Portanto, a
ampliação dos investimentos de 10% para 12% nessas condições adversas realmente
é uma comprovação da eficiência dos trabalhos na área de finanças da nossa
Prefeitura.
Queria
destacar agora, pontualmente, alguns avanços que estão clarificados na Proposta
Orçamentária que a Prefeitura nos trouxe, inclusive fazendo um link,
fazendo uma vinculação com os nossos compromissos assumidos desde o período das
eleições, quando ainda estávamos apresentando à sociedade de Porto Alegre as
nossas propostas. Eu destaco, por exemplo, que para a área de Saúde está
prevista uma aplicação de 630 milhões de reais, passando dos 18%, de 2006, para
21% da receita para o ano de 2007, lembrando que o limite constitucional é de
15%. Eu acho que essa priorização da área de Saúde é justa, porque a Saúde
Pública de Porto Alegre tinha enormes dificuldades, fundamentalmente nas áreas
de periferia, considerando que a nossa Capital tinha, comparando com a cidade
de Belo Horizonte, apenas 10% das equipes de Saúde da Família que Belo
Horizonte tinha.
Então
nós estamos revertendo essa situação, ampliando os recursos para a área de
Saúde Pública, procurando exatamente cumprir a premissa de atender àqueles que
mais precisam. Ainda na área de Saúde, quero destacar que, dessas 82 equipes do
Programa da Saúde da Família, hoje já temos a contratação de 136 médicos para
os postos na rede básica, sendo que 25 médicos para cargos novos, e também a
implantação do terceiro turno em sete unidades dos postos de Saúde, que
passaram a atender no horário da noite. Esse também era e é um compromisso que
está sendo paulatinamente cumprido; evidentemente, com toda a dívida social que
herdamos nessa área, nós ainda temos muitos problemas, mas temos muito a
comemorar acerca do avanço da priorização dos médicos de Saúde de Família e
da ampliação de três turnos em sete postos na cidade de Porto Alegre.
Destaco também a questão do Projeto Integrado
Socioambiental, que toda a cidade de Porto Alegre conheceu - inclusive sempre
aparecia nos programas políticos -, mas que, para ser encaminhado, necessitava
a Prefeitura pagar a dívida que tinha com o Banco Mundial. Considerando que
grande parte da Perimetral tinha sido construída, mas não tinha sido pago
nenhum centavo, então, foi preciso todo um diálogo, uma rediscussão dos
acordos. Foi preciso toda uma postura de comprovação, de preocupação, de
seriedade com as contas públicas, mesmo assim, as Legislações Federais, as
exigências da Secretaria do Tesouro Nacional ainda não permitiram essa
liberação. A presença e as negociações feitas diretamente pelo Prefeito José
Fogaça vão permitir que, em março de 2007, possamos, enfim, conseguir a
ampliação do financiamento de 110 milhões para 160 milhões de reais. Essas
renegociações também devem ser destacadas, quando nós lembramos dos convênios
do Fonplata e da liberação de outras obras que estavam impedidas, como a
construção do Viaduto Leonel Brizola.
Então, eu acho que essas são medidas importantes de
serem destacadas nesta discussão que estamos fazendo, mais uma vez, na Câmara
Municipal de Porto Alegre relativa ao Orçamento que a Prefeitura Municipal de
Porto Alegre encaminhou a este Parlamento, Orçamento que devemos discutir por
quatro Sessões consecutivas. Já fizemos duas Sessões, com a totalidade dos seis
Vereadores ocupando os dez minutos para apreciá-lo.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Verª Clênia,
só quero fazer uma correção boa. O montante que o Tesouro da Prefeitura vai
investir na Saúde, em 2007, é mais que 21%; são 23,9%, portanto são 24%.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Então, foi uma
correção muito positiva. Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Positiva. E eu
quero os parabenizar por isso.
Srs.
Vereadores, existia na cidade de Porto Alegre, até o dia de hoje, uma mulher
incrível chamada Maria Madalena Cabeda. Ela dedicou sua vida a consertar, a
encapar, a recuperar livros. Como é importante, na sociedade, uma pessoa se
preocupar com livros, essa peça tão importante que, mesmo com a chegada do
computador, não foi esquecida! A Srª Maria Madalena Cabeda faleceu, na madrugada
de hoje, aos 93 anos. Como vive bastante uma mulher que se interessa por
livros! Ela cuidou dos livros como verdadeiros filhos, pelo que solicito um
minuto de silêncio.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito
obrigado.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, na última Sessão eu fiz alguns
desafios sobre a discussão do Orçamento da Cidade. É muito simples vir aqui e
dizer que nós vamos gastar isso ou aquilo. Acabamos de ouvir que vamos gastar
23% do Erário Municipal na Saúde. Talvez se paguem as dívidas que a Prefeitura
está tendo, inclusive com os fornecedores. Será que sobrará algum dinheiro para
arrumar minimamente o Posto da Cruzeiro, o PAM-3, da Vila dos Comerciários, ali
na Tronco? Pois qualquer pessoa que for lá, independentemente de suas posições
político-partidárias... Ver. João Dib, seria muito importante que V. Exª, que já foi
Prefeito, fosse lá verificar a situação daquele posto. Ver. Dr. Raul, V. Exª é
um médico atento - já pude observar aqui, no pouco convívio que tivemos na
Câmara, a sua preocupação com as coisas da Cidade -, quero lhe dizer: a
situação é dramática.
Não sei o que está havendo com o Orçamento da Cidade,
porque aqui se colocam aumentos significativos. Eu nunca neguei, pelo
contrário, sempre enfatizei a questão da dívida que deixamos nos últimos três
anos, inclusive eu dizia e continuo dizendo a mesma coisa aqui. Ver. Nedel, V.
Exª é um contador, sabe que, para a conta fechar, é preciso arrecadar antes de
gastar, ou pagar as dívidas religiosamente, senão as coisas não funcionam.
Então o problema não está no Orçamento que nos é apresentado, porque, segundo o
Ver. João Dib, é uma “peça de ficção”, não sei se mudou de opinião agora, mas
V. Exª sempre falou que o Orçamento era uma “peça de ficção”. Este Orçamento
aqui é a típica “peça de ficção”. Eu quero ver, se não mudarmos a nossa
postura, se vamos arrecadar aquilo que está previsto. Se não arrecadarmos o que
está previsto, Ver. João Dib, não há como gastar.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, o João que dizia
que o Orçamento é uma “peça de ficção” era outro, era o João Verle. Este
Vereador diz que o Orçamento fixa a despesa e orça a receita.
O SR. ADELI SELL: Bom, então
estamos fixando a despesa.
E vimos aqui a Líder do Governo mostrar a lindeza e
a maravilha que é o novo Orçamento. Só que o Orçamento que está sendo gasto
neste ano de 2006 não é um Orçamento da Administração do PT, é um Orçamento do
Prefeito José Fogaça e seu Secretariado. E estamos vendo que as contas estão
com grandes dificuldades. Acho que o correto seria fazer o que eu fiz e que
continuarei fazendo: mostrar que temos, sim, problemas na Cidade, que o
Orçamento não dá conta dos problemas, que temos dívidas, que temos que fazer o
superávit primário, que temos que garantir o superávit para podermos contrair
novas dívidas, inclusive financiamento internacional.
Mas, depois da reunião que fizemos na CEFOR, há
duas semanas ou mais, em que propusemos que fôssemos ao encontro da Bancada
gaúcha... “Ah, talvez porque tenhamos o processo eleitoral”, mas o mundo não
pára num processo eleitoral. Foi colocado por um membro da base do Governo, o
Ver. Garcia, o Vereador não está aqui agora, mas podem confirmar com ele...
Inclusive discutiríamos com o Presidente desta Casa a criação de uma comissão -
proposta por mim, composta pelo Presidente da CEFOR, um membro do Governo e no
mínimo um da oposição - para irmos à Secretaria do Tesouro Nacional a fim de
garantir a liberação dos financiamentos internacionais para o Governo de Porto
Alegre, porque é para a cidade de Porto Alegre, não é apenas para o Governo. Eu
tenho essa responsabilidade como membro da oposição, Verª Maristela Maffei,
porque eu cuido da Cidade. Eu desejo que nós possamos fazer financiamentos
internacionais, mas quem não está movendo uma palha, nenhum dedo, não está
fazendo esse esforço não é a oposição, porque eu fui o proponente dessas
medidas. O Ver. Garcia inclusive colocou a possibilidade de irmos a Brasília.
Não há nenhum problema, mas os 31 Deputados Federais estão aqui no Rio Grande
do Sul, de todos os Partidos. Portanto, nós podemos discutir essa questão: o
que diz a base do Governo? O que diz o Governo Municipal acerca dessas
questões?
O único membro do Governo que levantou a
possibilidade de discutirmos com o Governo do Estado o retorno do ICMS foi o
Secretário Cristiano Tatsch. Mas até aqui, também, não tomamos nenhuma medida;
todas as possíveis, eu fiz! Eu fui, inclusive, com o Sindicato Afocefe falar
com o Dr. Bandeira no Ministério Público, colocando que o fechamento do Posto
de ICMS de Guaíba é uma posição não equivocada, mas criminosa, porque libera a
bandalheira, entra todo e qualquer produto do porto de Montevidéu, que está “à
Bangu”, entra o que quiser. E nós sabemos também que a receita não está
conseguindo fazer a devida fiscalização no Porto de Rio Grande. E, a respeito
daquilo que estava ali, cuidado: hoje está virando uma tapera, logo depois da
ponte, da travessia Régis Bittencourt. E alguém fala sobre isso? Não adianta
depois dizer que nós não estamos colaborando, que fazemos mal para a Cidade.
Esse papo não pega mais. O povo de Porto Alegre sabe da nossa preocupação com a
arrecadação da Cidade.
Eu listei também para o Secretário da Fazenda
alguns serviços, Ver. Bernardino, que não pagam impostos. Vossa Excelência sabe
de um setor importante que presta serviços à Cidade do qual nunca se consegue
uma nota fiscal. Eles prestam serviços de qualidade duvidosa, e, quando se quer
discutir com o setor, há forte oposição, V. Exª já sentiu isso na carne! O que
nós vamos fazer? Continuar nessa pasmaceira, aceitando as coisas como elas são?
Com a sonegação que existe? Ou os senhores ou as senhoras não leram o jornal
Zero Hora de ontem, página 28? Um presidente de uma grande empresa, Ver. Nedel,
deste Estado, presidente de uma entidade importante, pai de um Deputado
recentemente eleito, foi pego: pirataria em todo o software da sua
empresa. Portanto, ele não pagou o tributo. Claro que é fora de Porto Alegre,
mas é pertinho daqui! Eu vou perguntar a esse Deputado recém-eleito: e agora? O
seu “paizinho” vai fazer o quê? Ele tem que controlar o ICMS ou não tem que
controlar? Ou a gente não pode falar dessas coisas? A tribuna existe para isso,
Ver. João Dib, para fazer o debate.
Portanto, eu estou levantando problemas sérios. Se
Porto Alegre não se preocupar com a arrecadação, não há solução! O Postão
ficará como está, as creches continuarão fechadas ou sem o devido repasse. Há
três meses a Prefeitura não paga os seus fornecedores. Ou estou falando uma
heresia, estou mentindo? Nós temos responsabilidade, Ver. Nedel. Eu quero que
Porto Alegre arrecade aquilo que é do seu direito. Eu quero propor e instigar:
vamos falar com o Secretário da Fazenda do Estado, meu conterrâneo Ário
Zimmermann, porque, se não resolverem o problema do Posto do ICMS de Guaíba,
este Orçamento será mais uma “peça de ficção”, pois vamos perder vinte milhões
de reais neste ano por causa desse negócio. No ano que vem, poderão ser
quarenta, cinqüenta milhões, nós estamos vendo o decréscimo relativo à
arrecadação do ICMS em Porto Alegre. Só não vê quem não quer ver; ou se é
conivente com a sonegação, ou vamos nos ajudar. A oposição aqui, por mim
representada, está disposta a ajudar a cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; nobres colegas Vereadoras e Vereadores,
público que nos assiste, imprensa, quanto ao nosso Orçamento, ouvimos as
avaliações que nos precederam; falamos, na última vez, do regozijo de termos a
possibilidade de fecharmos, este ano, superavitariamente o Orçamento do
Município. Em contrapartida, na outra Administração, houve três anos sucessivos
de déficit, de prejuízos no Orçamento, e a Prefeitura desta Administração teve
problemas ao buscar empréstimos internacionais para o desenvolvimento da nossa
Metrópole e, mais ainda, teve que pagar as contas dos empreendimentos feitos na
Administração passada. É muito fácil fazermos projetos grandes e passarmos para
os outros pagarem.
O
Prefeito Fogaça estreou na sua Administração pagando a primeira prestação da
obra da Perimetral. Mas, com tudo isso, com esses desafios, a atual
Administração conseguiu pagar as contas, e já vamos ter, nesse Orçamento, um
superávit para investimento. É louvável, mostra-se com isso a seriedade no
tratamento da coisa pública. Seria muito mais fácil para Porto Alegre, em vez
de querer levar gente a Brasília para dar um jeito de buscar, contra a lei,
recursos externos para a nossa comunidade, se a Administração passada tivesse cumprido
com o seu Orçamento, assim não teria ocorrido déficit orçamentário. Isso tem de
ser colocado aqui para que não aconteça novamente! Comprometer o futuro das
Administrações públicas faz parte, por incrível que pareça, da cultura
contaminada dessa política que as comunidades do nosso País enfrentam.
Temos
uma outra novidade positiva neste ano: no Orçamento do próximo ano constam os
investimentos apregoados pelo Orçamento Participativo, que, no passado, nunca
foi tratado com seriedade, foi tratado politicamente. O Orçamento Participativo
é muito bonito, eu concordo, eu apóio, nós temos de ter a participação popular
na Administração da nossa Cidade, mas uma participação que seja representativa.
Nós temos o Orçamento Participativo tratado como brincadeira, uma vez que ele
não é regulamentado. E há uma promessa do atual Governo de deixar o Orçamento
Participativo da forma como ele foi constituído, o que eu acho um equívoco e
não estou comprometido com isso. No mínimo, nós temos que aperfeiçoar o
Orçamento Participativo, fazendo com que ele, realmente, represente a
integridade do povo da nossa Cidade nas decisões dos Orçamentos.
Hoje
nós atendemos, Ver. Ervino Besson, uma cooperativa do Partido dos
Trabalhadores; eles vieram me procurar porque estão apavorados com o que está
acontecendo: falaram para eles que, para terem algum benefício do
cooperativismo de hoje, têm de apregoar o que necessitam no Orçamento
Participativo. Eles estão desesperados! Trata-se de uma cooperativa de
professores, eles não conseguem buscar aquilo que têm de direito, qual seja, a
infra-estrutura da sua cooperativa, o que esta Administração, aliás, colocou à
disposição de forma brilhante, transparente, sem esse câncer do
superfaturamento nas obras públicas, já que o cooperativismo inibe esse tipo de
coisa. Se for um cooperativismo, realmente, de ação política, uma ação de
querer fazer, ele ajuda a que nós possamos, de uma maneira moderna, fazer mais
com menor investimento, pois nós temos a participação daquele que recebe o seu
bem e daqueles que fazem ação social.
Nós
vimos ontem e estamos vendo hoje a distribuição dos apartamentos da Av.
Princesa Isabel. São apartamentos de dois, três dormitórios, com custo de
quarenta a cinqüenta mil reais a unidade, aliás, pagos por este Governo também.
Esse custo foi colocado no Orçamento do Governo anterior, mas está sendo pago
também por este Governo. Eu parabenizo aquelas pessoas que estão recebendo
esses apartamentos, mas não gostaria que fosse assim. Eu gostaria que fossem
privilegiados os verdadeiros porto-alegrenses que estão há mais tempo em busca
da sua casa própria, e não um núcleo - nada contra eles - favorecido pela
escolha dos Partidos que nos antecederam. Nós temos tantos trabalhadores em
Porto Alegre, Sr. Presidente, que contribuem, trabalham, pagam seus impostos e
que não têm a casa própria sendo discriminados.
Nós temos um Projeto aqui
que está para ser votado, em que nós fazemos um cadastro social de todos
aqueles que necessitam de casa própria, para que, se a Prefeitura construir
quinhentos, seiscentos apartamentos, os quinhentos, seiscentos cidadãos de
Porto Alegre que têm direito os recebam definitivamente. Isso não quer dizer
cooperativismo. Nós temos 6,5 milhões de reais, novamente, destinados à
infra-estrutura das cooperativas de baixa renda, mas precisamos é acabar com a
burocracia. Essa burocracia federal, Sr. Presidente, é estapafúrdia, ela
compromete a dignidade humana. Nós queremos dar casa para quem ganha até três
salários mínimos, mas ele não pode ser analfabeto, porque senão ele não pode
tirar empréstimo na Caixa Econômica Federal; ele não pode ter uma pendenga com
a Receita Federal; ele não pode estar no SPC; quer dizer, realmente, é
proibitivo que essas pessoas possam participar de programas sociais. O dinheiro
existe, é “cantado em prosa e verso”, mas a retirada desse dinheiro está
impossível. Não se retira 10% do total, em função das exigências, que impedem
que eles o possam retirar.
E, principalmente, Ver.
Ervino, o cooperativismo é um sistema tão integrado que proporciona essa
justiça igualitária, os direitos de todos, porque faz com que todos aqueles que
se associam tenham o direito à casa própria; mas a sua casa, o seu apartamento
fica à disposição da cooperativa, até fazer a individualização. E hoje os
órgãos governamentais fazem um monte de exigências àqueles que se inscrevem
para a casa própria, sendo que, se é uma ação social, para quem ganha até três
salários mínimos, não há como adquirir a sua casa. Aquele que ganha trezentos
reais, trezentos e cinqüenta reais não tem como participar se ele deve qualquer
coisa. Gente, é uma inclusão social! A garantia desses investimentos sociais, a
fundo perdido, é o próprio imóvel, que só é distribuído na sua
individualização. Então não precisamos fazer essas exigências para fazer
campanhas políticas, demagógicas e mentirosas deste País, dizendo “eu tenho
dinheiro, mas não dou”.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ismael, V. Exª sabe que
eu sou um homem apaixonado pelo sistema cooperativista, como V. Exª também o é.
Agora, se houver alguém para me espelhar por um trabalho sério, honesto e
competente no sistema cooperativista, no sistema de moradia, eu confesso que é
Vossa Excelência. Parabéns, Vereador.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Obrigado,
nobre Vereador. A gente faz força para cumprir com as nossas missões, e temos
hoje, aqui, uma missão muito difícil de cumprir, neste contexto cultural e
político da nossa Nação. A gente vê que nós continuamos na contramão da
história, negando àqueles que têm direito e dando direito àqueles que são
“amigos do rei”.
Portanto,
Sr. Presidente, as minhas colocações no dia de hoje são essas. Temos algumas
preocupações sobre o nosso Orçamento que abordaremos mais à frente, mas, no
geral, eu parabenizo a Administração, faço votos de que a Prefeitura arrecade
os 2 bilhões e 600 milhões reais de recursos para cumprir esse Orçamento e
permanecer superavitária pelo bem do nosso Município. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Vereador.
A
Verª Margarete Moraes solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares
no período de 25 a 26 de outubro, não sendo necessário substituição por
Suplente. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o período de
Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Neste
momento, passo a presidência dos trabalhos ao nosso grande Vice-Presidente,
Luiz Braz.
(O
Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, fruto da
incompreensão e da intolerância, nós estamos hoje no segundo dia de Pauta
Especial que trata da Proposta Orçamentária de S. Exª o Sr. Prefeito Municipal.
Isso faz com que os munícipes possam apresentar Emendas até o dia 6 de
novembro; trezentos eleitores ou três entidades podem apresentar Emenda à
Proposta Orçamentária.
Já
foi colocado que nós temos um Orçamento de 2 bilhões e 675 milhões de reais, e
eu volto a dizer que o Orçamento orça receita e fixa despesa. Disseram aqui que
eu falei que o Orçamento era “peça de ficção”, não é verdade, mas acho que
temos algumas dificuldades a serem superadas com relação à Proposta
Orçamentária. Uma delas é ajudar o Executivo a receber maior retorno de ICMS. E
como podemos fazer o Executivo, a Prefeitura receber maior retorno de ICMS?
Comprando e exigindo a nota! Os nossos familiares comprando e exigindo a nota
fiscal. Se todos fizerem isso, a receita de ICMS do Estado vai crescer, e a
Prefeitura de Porto Alegre terá o retorno bastante melhorado. Depende de nós.
E, se os servidores do Estado fizerem a mesma coisa, o Estado terá mais
recursos, e eles poderão ter reposição salarial com mais tranqüilidade.
Como
nós podemos ajudar a Proposta Orçamentária? Eu diria, desde logo, que não
fizéssemos grande número de Emendas, que respeitássemos aquilo que votamos e
aprovamos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, art. 12, que diz (Lê.): “A
concessão ou ampliação de incentivos ou benefícios de natureza tributária, da
qual decorra renúncia de receita, deverá estar acompanhada dos documentos
aludidos no art. 14 da Lei Complementar Federal nº 101/00”, que é a maravilhosa
Lei de Responsabilidade Fiscal. Portanto eu pediria aos Vereadores que não
apresentassem tantas Emendas. Na realidade, Emendas, às vezes, sem nenhuma
outra preocupação que não a eleitoral.
Quero
também chamar a atenção: na forma do disposto pela Diretoria Legislativa, não
sei se será alterado ou não, nós vamos entrar com o anúncio para inclusão na
Ordem do Dia no dia 27 de novembro, e o Relator, nobre Ver. Luiz Braz, deverá
ter pronto o seu Relatório, tendo analisado as Emendas favoráveis e as Emendas
contrárias - aprovadas de forma favorável ou rejeitadas. Se for possível manter
esse calendário, nós estaremos iniciando a votação no dia 29 de novembro.
O
Prefeito José Fogaça pediu que se fizesse a mudança da data de apresentação do
Plano Plurianual, o que é absolutamente correto, porque o Prefeito que está
entrando não tem condições de fazer, no primeiro semestre, a apresentação do
Plano Plurianual. A Câmara, não sei por que razões, resolveu mudar as datas de
apresentação da Proposta Orçamentária e da entrega da Proposta para o Prefeito.
Ora, com isso, se houver muitas emendas, se houver muita discussão, como
aconteceu com a LDO, vamos ter problemas sérios para entregar ao Prefeito
dentro do prazo. O Prefeito deve receber até o dia 14 de dezembro. Já é difícil
para o Prefeito emitir as guias de IPTU e aquela coisa toda necessária para
poder funcionar a Prefeitura no próximo ano, portanto a não-apresentação de um
número excessivo de Emendas vai ser uma forma de os Vereadores ajudarem não só
o Relator, mas também a discussão e votação da Proposta Orçamentária. E espero
que ela seja muito bem entendida por todos e faça com que, no ano que vem,
2007, Porto Alegre tenha razões suficientes de comemorar uma execução
orçamentária na qual não haverá atrasos para fornecedores, não haverá atraso
para pessoas que têm vinculação com a Prefeitura.
A
Prefeitura tem feito um bom trabalho, tem recuperado parte daquele déficit que
foi deixado da Administração anterior. Espero que, em 2007, as coisas ocorram
de maneira muito mais eficiente e muito mais tranqüila para o Sr. Cristiano
Tatsch, que é o nosso Secretário da Fazenda. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Ver. Luiz Braz, Vice-Presidente desta Casa, que preside os trabalhos neste
momento; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, senhoras e senhores que nos
acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar a todos.
Eu acho que, para nós, Vereadores, todos os
Projetos são importantes, mas, para mim, o mais importante de todos é a Peça
Orçamentária, que estamos discutindo neste momento. O Orçamento previsto para
2007 foi de 2 bilhões, 675 milhões, 348 mil e 604 reais. Eu tomei nota de
alguns tópicos da Peça Orçamentária sobre qual quero relatar, porque acho da
maior importância.
O primeiro é a integração entre os órgãos do
Executivo Municipal. Eu tenho defendido - os colegas Vereadores são testemunhas
disso -, não é de hoje, desde o outro mandato e neste mandato, a integração entre
os órgãos públicos, eu vejo isso da maior importância. Hoje eu vejo na Peça
Orçamentária também esta idéia do nosso Prefeito Municipal juntamente com a sua
equipe: a integração entre as Secretarias, entre os órgãos públicos. Facilita
até para nós, Vereadores, que temos a responsabilidade de fiscalizar o trabalho
do Executivo Municipal.
São 21 itens do programa de Governo para todos os
segmentos da nossa sociedade, principalmente para a população de Porto Alegre -
isso é que é de grande importância. Também há aumento previsto para
investimento, passou de 10% para 12%. É mais um ganho, eu acho que a cidade de
Porto Alegre tem mais um ganho para investimento, para a melhoria das obras da
nossa Porto Alegre.
Entre as realizações previstas, está o Hospital Geral
da Restinga. É uma reivindicação, ao longo dos anos, da população não só da
Restinga, mas da Zona Sul de Porto Alegre. A Cidade está crescendo, e o maior
crescimento hoje da nossa Porto Alegre está ocorrendo na Zona Sul. Ali é que
está a maior parte dos nossos vazios urbanos. Então, está no programa de
Governo construir o Hospital Geral na Restinga.
A duplicação da Av. Vicente Monteggia é
outra reivindicação, ao longo dos anos, daquela população. É um problema a
avenida, o fluxo lá cada vez aumenta mais, aquela é uma via de grande fluxo de
veículos e tem que ser
duplicada. É uma das reivindicações daquela população, que está vendo que isso
está orçado; neste Governo será duplicada a Av. Vicente Monteggia. Eu tenho
certeza de que será um grande ganho para a nossa população da Zona Sul de Porto
Alegre.
Há
também o Centro de Eventos da Produção Primária na Vila Nova. A gente sabe que
nós - Governo Municipal, Câmara Municipal e todos os demais órgãos públicos -
estamos irmanados e integrados com a nossa produção primária. Então, o Centro
de Eventos da Produção Primária é de extrema importância. E a gente discute
tanto - eu, o Ver. Comassetto, Ver. Adeli Sell e outros Vereadores que também
se envolvem e conhecem profundamente a área produtiva. Então há uma parceria e
uma integração, e eu tenho certeza de que quem vai ganhar com isso serão os
nossos produtores e a cidade de Porto Alegre.
O
Abatedouro Municipal também é outra luta daquela população, uma reivindicação
que também não é de hoje, vem ao longo dos anos e está prevista. O Distrito
Industrial da Restinga, outra grande luta, também está no Orçamento do Governo.
Temos o Projeto Vou à Escola, e os Vereadores são testemunhas de que ele partiu
de um Projeto de Lei deste Vereador, Projeto que está protocolado nesta Casa.
Há algumas dúvidas sobre o Projeto, porque ele traria a retirada de alguns
ônibus que circulam, uma vez por mês, gratuitamente, por Porto Alegre; que
rediscutíssemos esse assunto com a população, porque grande parte da população
de Porto Alegre é favorável, e vamos aplicar esses recursos neste Projeto Vou à
Escola. Não é onerar mais a passagem do trabalhador, valor que por si só já é
bastante alto. Então, o Projeto Vou à Escola trata de transferência de recurso,
e eu acho que será um grande ganho para a população de Porto Alegre.
O
Procon Municipal, também, é uma outra luta, e nós estamos junto com o
Executivo, junto com os órgãos que estão envolvidos, para criarmos um Procon
Municipal, que é uma grande necessidade da cidade de Porto Alegre, e é também
exigência de uma lei federal. Eu acho que também está bastante adiantado, e em
breve a Câmara Municipal receberá esse Projeto do Executivo Municipal.
O
Água Certa, do DMAE, é um grande Programa também. Eu quero destacar o grande
trabalho realizado pelo DMAE. O “Bichinho”, que todo mundo conhece, está
fazendo um grande trabalho, eu acho que é um grande ganho para a Casa e para a
população de Porto Alegre.
Sendo
assim, gente, quero dizer que todos esses Programas do Governo foram
encaminhados, aqui para a Câmara, de forma clara, isso é importante, foi feito
com muita clareza, e nós, com isso, temos melhores condições, sim, de
discutirmos o Orçamento. Dentro da carta orçamentária, desses programas de
Governo que todos os Vereadores receberam, podemos pontuar pontos importantes,
como eu pontuei alguns. Podemos, sim, estar junto com o Governo Municipal,
defendendo, pontuando os recursos, definindo sua aplicação, conforme o
Orçamento que recebemos do Executivo Municipal.
Quero
aqui, de uma forma muito clara, muito transparente, parabenizar o nosso
Prefeito pela clareza do Orçamento e pela forma como foi mandado para cá,
alguns de seus itens eu tenho defendido ao longo dos meus mandatos. Por
exemplo, essa integração entre as Secretarias é um ponto extremamente
importante, e poderemos, com muita tranqüilidade, com todos os Vereadores que
compõem os diversos Partidos nesta Casa, sentar e discutir. Essa integração
entre as Secretarias - isso é o importante - facilitará, sim, o trabalho dos
Vereadores, o trabalho da comunidade, a nossa fiscalização de Vereadores,
porque, como eu tenho pontuado várias vezes aqui nesta tribuna, há dificuldade
na defesa de um Projeto, pois, quando ele chega a uma Secretaria, vai para uma
mesa, vai para outra... É a burocracia que atrasa o desenvolvimento! A nossa
burocracia é demasiada! Então, eu vejo, com essa integração, uma forma de
facilitar o trabalho do próprio Executivo Municipal e o nosso aqui, dos
Vereadores desta Casa.
Portanto,
quero registrar essa mudança que nós recebemos no Orçamento, eu a vejo como
muito positiva para a cidade de Porto Alegre e positiva para nós, Vereadores,
porque poderemos estar junto e fiscalizar. Quem ganha com isso é o nosso povo,
é a nossa cidade de Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Obrigado, Ver. Ervino.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e
senhores, eu estava - desde a primeira Vereadora inscrita, a Verª
Clênia Maranhão, Líder do Governo - escutando atentamente cada detalhe e fiquei
profundamente impressionada, porque nós, que conhecemos bem a Cidade e que não
olhamos na ótica de um Governo virtual com é este... Lembro o programa Cidade
Viva, Ver. Adeli, do qual as pessoas participavam, o povo estava lá, falando
das suas conquistas, mas aqui, em relação à publicidade, era um horror o que se
falava. E agora nós vivemos escancaradamente, de uma forma trágica, um Governo
absolutamente virtual, e eu quero falar, sim, exatamente, Ver. Sebenelo, da
questão da Saúde.
Quero hoje destacar três aspectos, apenas para
começarmos o diálogo. Primeiro, a Verª Clênia, Líder do Governo, traz os
seguintes dados: que houve um crescimento de investimento, do ano passado para
este, de 18% para 21% na área da Saúde. Eu quero perguntar às senhoras e aos
senhores como podemos aceitar um índice desses, quando na verdade falta 30% a
40% de medicamentos em Porto Alegre, medicamentos essenciais para a saúde? Como
nós podemos falar, senão de uma forma virtual, quando na prática... Eu faço um
desafio aqui no sentido de que amanhã, neste mesmo momento, me desmintam sobre
esse número de medicamentos que está faltando.
Segundo, quero abordar a respeito do crescimento do
atendimento no horário noturno. É bem verdade que isso foi aumentado...
Basicamente, todos esses postos não têm médicos para atendimento no turno da
noite! E até foi bom que a Verª Clênia Maranhão tenha trazido essas referências,
porque, na prerrogativa de Vereadora, Verª Neuza Canabarro, que me escuta
atentamente, nós, juntamente com a nossa assessoria, íamos fazer uma turnê para
ir lá e conversar melhor com os funcionários.
O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu queria cumprimentá-la pela sua
exposição e relembrar que, há poucos dias, o Ver. Raul Carrion apresentou uma
Emenda à LDO para que pudéssemos, a cada ano, construir um posto 24 horas, e a
proposição foi rejeitada por esta Casa como diretriz. Muito obrigado.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada,
Vereador. Seguindo o meu
raciocínio, nós... Aliás, acho que não pode ser apenas esta Vereadora, não é,
Ver. Nedel? Acho que nós temos de ir com a Comissão de Saúde fazer essas visitas
noturnas, porque há outras denúncias graves no sentido de que, muitas vezes,
nem enfermeira padrão há lá! Há apenas os auxiliares de enfermagem. Então, nós
temos de ver se isso, na prática, está acontecendo.
Mas,
em relação aos médicos, afirmo categoricamente que isso está acontecendo. E o
mais grave é que, desses 30, 40 remédios que estão faltando, 29 estão
suspensos! Não é um problema de licitação, de atraso de contrato! Não! Não é
isso! Eles foram suspensos por essa “mágica” que estava sendo colocada aqui no
sentido de que estava tudo maravilhoso em Porto Alegre! E eu trouxe alguns
nomes de remédios, porque não adianta a gente só vir aqui fazer um discurso e
não apresentar dados; penso que a gente tem de fazer a fala, mas também
apresentar quais são os nomes dos remédios. Por exemplo, vou trazer apenas
quatro nomes de remédios (Lê.): “Complexo de Vitamina B, que é para diabetes e
cirrose; Verapamil” - os médicos que estão aqui e tem o CID de repente podem me
ajudar se eu estiver falando errado - “para arritmia cardíaca; Enalapril, para
pressão alta; Isordil 10 mg”, para pessoas que ficam, às vezes, dez anos, Ver.
Dib, em filas para serem transplantados, mas que agora estão morrendo por falta
do medicamento. São medicamentos necessários, de uso contínuo, para que eles
possam sobreviver.
Vejam
bem, senhoras e senhores, essa é a diferença entre a fala de um Governo
virtual, de uma Peça Orçamentária fictícia, virtual mais do que nunca, para a
vida real! E eu acho, Ver. Dib, que nós temos de ir imediatamente, com a
Comissão de Saúde, fazer uma visita, porque não é qualquer coisa que está
acontecendo na nossa Cidade!
O
Sr. João Carlos Nedel: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora, este Vereador,
como Presidente da Comissão de Saúde, realmente soube da falta de medicamentos
por alguns problemas de licitação. Agora, quero informar que houve uma mudança
na lista dos medicamentos. Alguns medicamentos muito antigos, já superados,
foram revogados, e outros mais modernos foram colocados na lista. Mas eu
gostaria muito, nobre Vereadora, que V. Exª me fornecesse a relação para eu lhe
dar as informações atualizadas a respeito do assunto, e não descarto que V. Exª
tenha razão.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Eu
lhe agradeço o aparte, Ver. Nedel.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela, eu quero
cumprimentá-la pela sua preocupação com a saúde dos porto-alegrenses.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Obrigada,
Ver. Dib.
O
Sr. João Antonio Dib: Eu
quero dizer a V. Exª que o Sindicato Médico, na Administração passada,
reclamou, aqui nesta Casa e na tribuna, reiteradas vezes, a respeito da falta
de antidepressivos, de antipsicóticos e anti-hipertensivos. Isso que está
ocorrendo agora, e V. Exª está trazendo o fato, não deixa de ser grave, mas
acho que o Presidente da Comissão de Saúde já disse que vai buscar a informação
correta e segura a respeito do que está ocorrendo. Cumprimentos a Vossa
Excelência.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Eu
agradeço o aparte, Ver. Dib, gostaria que V. Exª nos ajudasse a chamar
novamente o mesmo Sindicato que aqui esteve durante os dezesseis anos do nosso
Governo, Sindicato que sempre fazia críticas, inclusive ferozes, contra a
Frente Popular, e agora, pela sua legitimidade, como sindicato da área médica,
poderia estar junto conosco. Tenho certeza de que, se realmente for uma
entidade séria como demonstrava na época, ou queria demonstrar ser, deve ter a
mesma postura agora.
E
o Ver. Nedel vai trazer aqui a comprovação de que existem outros medicamentos.
Eu peço a Deus, Ver. Nedel, que isso seja verdade, porque, se não for, Ver.
Nedel, nós realmente devemos estar em um período de muito temor para a
sociedade de Porto Alegre, e não apenas para Porto Alegre, porque nós sabemos
que o SUS é universal e o atendimento também. Nós atendemos inclusive com a
política das ambulâncias, das casas-albergue - e há tantos Deputados
envolvidos, o que sobrecarregou Porto Alegre -, essas pessoas que são assim
socorridas também estão sem esses medicamentos de uso contínuo.
Portanto,
nós teremos, amanhã, um novo momento para ampliarmos a discussão, e essa
discussão não ficará sem resposta. Nós estamos profundamente preocupados, e
estamos atentos, e não apenas atentos. Nós vamos sempre usar da nossa
prerrogativa de Vereadores desta Cidade, para, de fato, como disse o Ver. Adeli
Sell, sermos, cada vez mais, cidadãos cuidando da nossa Cidade, Porto Alegre.
Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Verª Maristela Maffei. Encerrada a Pauta Especial.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr.
Presidente, algumas Lideranças sugeriram que fosse garantido o Tempo de
Liderança para todas as Bancadas e logo após invertêssemos a ordem dos trabalhos,
para que possamos, imediatamente, entrar na Ordem do Dia. Como não tenho
certeza se isso corresponde à unanimidade das Lideranças, solicito a V. Exª a
possibilidade de suspendermos a Sessão por dois minutos para podermos avaliar,
tomar uma decisão e comunicar a Vossa Excelência.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 15h08min.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz – às 15h09min): Estão reabertos os
trabalhos da presente Sessão.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para um Requerimento.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Sr. Presidente, conforme entendimento
com as Lideranças aqui representadas, a sugestão é de que todas as Bancadas
possam usar o seu Tempo de Liderança, e, considerando a importância dos
Projetos na tarde de hoje, solicito a inversão da ordem dos trabalhos para que
possamos, imediatamente, entrar na Ordem do Dia e, depois, no período de Pauta.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o Requerimento de autoria da
Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, quero colocar o meu posicionamento contrário à proposta da
Liderança do Governo nesta Casa.
São
15h15min, estamos reunidos há uma hora e quinze minutos e temos pela frente
mais três horas e 15 minutos. A Pauta se faz em 25 minutos, e é importante a
realização da Pauta. Não sei se alguns Vereadores se dão conta disso,
especialmente, neste caso, das leis tributárias que precisam de três Sessões de
Pauta, e em 25 minutos isso ocorre.
Então,
que não se utilize o tempo de Liderança, mas a Pauta deve correr, para que
possamos votar as leis tributárias, juntamente com o Orçamento, ou melhor, deve
ser votado até antes do Orçamento.
Portanto,
sou contra a alteração. Temos três horas e quinze minutos pela frente, basta
que todos os Vereadores permaneçam no Plenário, e não teremos problemas. Saúde
e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação nominal, solicitada pelo Ver.
Adeli Sell, o Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) (Após a
apuração nominal.) APROVADO por 17
votos SIM e 01 voto NÃO.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, neste espaço de Liderança, quero fazer algumas cobranças,
porque, com o debate que nós acabamos de realizar aqui, parece que a Cidade
está uma maravilha. Mas eu quero lembrar, como outros Vereadores o fizeram
alguns dias atrás - o Ver. Oliboni, o Ver. Comassetto acompanharam e acompanham
algumas questões da Restinga -, a questão da creche da Vila Castelo. Nós
queremos saber por que, desde o dia 15 de dezembro do ano passado, a creche da
Vila Castelo, que está pronta, está fechada. Houve uma grande mobilização por
parte da nossa Comissão de Educação, Verª Neuza Canabarro, estivemos naquela
creche várias vezes, aquilo era uma tapera, foi recuperada, foi gasto dinheiro
público, mas desde o dia 15 de dezembro do ano passado ela está fechada. Então,
como perguntar não ofende, nós perguntamos: por que uma creche está fechada
numa vila popular?
Eu
quero também denunciar aqui que um funcionário da Prefeitura, um que já passou
aqui por esta Casa, que teve vários problemas com creches aqui, lembram dessa
história? Ele disse que a creche conquistada no Orçamento Participativo,
decidida pela SMED, que seria feita na Tronco/Postão, não poderia ser feita lá,
porque tudo era cabo eleitoral do Ver. Adeli Sell. Engraçado, as crianças não
importam, importa se alguém é cabo eleitoral. Em primeiro lugar, eu desconheço
ter algum cabo eleitoral, porque lido com as pessoas com respeito e não faço
uso e nem manobra política dessa questão. Nós levantamos há pouco, e a base do
Governo não respondeu: e o Postão?
Leram
o jornal Correio do Povo de hoje sobre o que aconteceu sábado na Av. Moab
Caldas? Mais uma criança, a terceira, atropelada. Nós fizemos um Pedido de
Providências, está tudo arquivado, para que se pintasse uma faixa de segurança,
para que se colocasse algum tipo de redutor. Ontem a população tomou conta da
Av. Moab Caldas, e o Sr. Secretário Municipal da EPTC nunca responde Pedido de
Providências. Respondam, por favor: os senhores já tiveram algum Pedido de
Providências respondido pelo Secretário Luiz Afonso Senna, aquele dos Portais
da Cidade?
Agora
há uma nova invenção da EPTC: vias mal sinalizadas, faixas de segurança que não
são pintadas, redutores onde são necessários, nem pensar! Mas a pirotecnia anda
frouxa. Como disse o Ver. Dib, a nós, Vereadores, não foram apresentados os
Portais da Cidade, mas hoje, às 10h, foram apresentados para os jornais de
bairro. Ou seja, vão criar um clima na Cidade. Hoje, ao meio-dia, houve um
almoço na Sociedade de Engenharia, não sei se os engenheiros da Casa, em
especial o Ver. João Dib, ou os agrônomos estiveram lá. Então, está sendo feita
toda uma pirotecnia, folheto colorido... Discussão com as comunidades... Vão
fazer uma parafernália na Cidade Baixa, que já é um caos de trânsito e de
barulho, querem até botar shoppings, lojas de conveniências, cafés,
restaurantes.
(Aparte
anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)
O
SR. ADELI SELL: Não,
Ver. Bosco, não dói, porque demagogia não dói. Isso é a mesma coisa que o
camelódromo. Iriam inaugurar o camelódromo em setembro. Onde está a inauguração
do camelódromo? É mais uma pirotecnia do atual Governo Municipal. Pena que o
Ver. Bosco está nervoso.
Sr.
Presidente, eu quero que me garanta o tempo, porque o Ver. Bosco está me
interrompendo. Não é muito elegante da sua parte, Ver. Bosco, bater boca.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
tempo de V. Exª terminou, Ver. Adeli Sell. Peço, por favor, que os Srs.
Vereadores se acalmem.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, eu é que peço desculpas a V. Exª e concluo meu tempo. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
vou dar prosseguimento, embora com outra ênfase, à questão que o Ver. Adeli
coloca aqui. Eu acho que é muito precipitado, Ver. Adeli - ontem eu vi, eu
respeito muito o Ver. João Dib também -, fazermos alguma ilação, alguma
definição em relação aos Portais. Até porque, entendo eu, como Vereador e como
homem que gosta muito do Centro, nós temos que casar algumas ações no Centro.
E
vou colocar, Ver. Ibsen, três situações junto com os Portais. Uma é a de que,
se colocarmos somente os Portais e não organizarmos o Centro em termos de
centro de compras, o camelódromo, que no meu entender tem que ser
concomitantemente... Outro aspecto muito importante: o Centro tem uma capacidade
de habitação muito grande, Ver. Luiz Braz, mas não pode ser qualquer um; o
Centro tem toda uma peculiaridade, Ver. Ismael: quem for morar no Centro tem
que ser consumidor. O Centro tem o maior comércio da Cidade, esse aspecto é
muito importante, não se locomove qualquer pessoa, seja da Restinga, da Zona
Norte, Ver. Dr. Raul, para o Centro, se não for consumidor, até porque lá está
o maior comércio da nossa Capital, então é muito importante fazermos isso
concomitantemente.
Parece-me que a discussão sobre os Portais é muito
bem-vinda, embora se questione aqui ou acolá que não é bem assim, que vai ser
assado, que não contempla esse ou aquele bairro, mas pelo amor de Deus...!
Precisamos ter ações no Centro, o Governo está tendo uma ação ou várias ações
ao mesmo tempo, que é a dos Portais, ficará bonito, vai organizar o Centro na
questão do transporte público, que hoje é um caos - e não somos somente nós a
sentir; a população sente -, vai organizar a questão dos camelôs, fazendo um
centro de compras, um camelódromo, limpando a planície e ocupando espaço para
que não percamos a possibilidade de a população se locomover com maior
flexibilidade no Centro da Cidade.
Outro aspecto é este: tem que ter consumidor. Não
se coloca qualquer morador no Centro, ele tem que ter essa peculiaridade, essa
particularidade de ser um consumidor, porque hoje o que vemos são apartamentos
ociosos ou com capacidade, mas que não tem morador adaptado, Ver. Ismael, ao
Centro da Cidade como consumidor. Hoje temos pessoas aposentadas, temos o
estudante pela proximidade das universidades, temos moradores que vêm de outras
cidades para morar no Centro para não se locomover, mas tem que ser um
consumidor, Ver. Mario Fraga, em função da peculiaridade do Centro.
Então a discussão, por si só, Verª Clênia, é muito
boa neste momento. É claro que estamos reclamando que não chegou à Câmara
ainda, que não chegou às Comissões; eu poderia estar aqui reclamando, e é
verdade, não estou contestando nenhum Vereador. Mas só por si, por ser neste
momento uma discussão em nível municipal, eu acho que já é uma coisa muito boa
para o futuro. Não tem mais como se debruçar no passado. Nós temos que olhar
para frente. Até porque, este momento político do País que estamos vivendo...
E eu estava comentando com o meu amigo, Ver. João
Dib, o que nós vimos na televisão de promessas. Olha, eu fico envergonhado;
como político, eu fico envergonhado, e é de todos os níveis, de todos os
Partidos - vamos ser claros - em nível estadual e em nível federal! Se fizerem
tudo aquilo que aparece na televisão, que está naquele quadradinho, olha, nós
resolveremos o problema do País ligeirinho, rapidamente. Não é o que nós vemos,
e não é o que nós estamos vendo no País com o desnível social, as questões da
saúde, da educação, da habitação. Eu fico, às vezes, impressionado, Ver. João
Dib, e até envergonhado de ser político, porque não sei como eles vão cumprir,
como eles vão fazer tudo aquilo, e a população acredita naquelas mentiras,
naquelas promessas de campanha! É impressionante!
Obrigado, Presidente. Era essa a minha contestação
neste momento em que temos eleição, mas temos que falar, é uma overdose de política, e,
conseqüentemente, as promessas estão proliferando muito negativamente para a
população. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. Cassiá Carpes.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente, nobres colegas, colaborando com o que o nobre colega frisou
sobre as propagandas eleitorais, dentre tantas, Ver. Cassiá, uma me chama a
atenção: não houve candidato que não tenha propugnado a baixa dos impostos no
Brasil - a Heloisa Helena, Cristóvam Buarque, todos, todos, todos! Quer dizer,
todos os Governos de programação social-democrata, socialistas. E eu me
surpreendo que estão aderindo à política liberal, porque a liberal democracia
propugna impostos baixos, juros baixos, lucro para o empreendedor, para que ele
possa sobreviver, para que ele possa competir com o seu produto até no
Exterior.
Mas tenho certeza, como sempre foi, nobre colega
João Antonio Dib, de que isso é conversa. Sempre prometem menos impostos, menos
juros, e nós estamos vendo o inverso. Há candidato prometendo, mas, no
Orçamento para o próximo ano, já há impostos a mais à vista, quer dizer, o
contrário do que está se prometendo. Então, o nosso amigo Cassiá tem muita
razão quando falou que nós temos uma enxurrada de promessas que não são
cumpridas, como é a nossa Constituição.
Mas volto novamente em horário de Liderança para
externar a minha preocupação com o problema habitacional da nossa Cidade, do
nosso Estado e do nosso Brasil. Esse problema é como dor de dente; se não tiver
moradia, afeta o pobre, afeta o rico, afeta qualquer um. Nós temos que ter a
nossa dignidade, que começa quando estamos sob um teto digno. Esse déficit
habitacional, desde que nós chegamos aqui, está em 7 milhões; mais 14 milhões
de habitações subumanas. Isso não diminui; muito pelo contrário, aumenta,
principalmente na faixa até três salários mínimos. E nós temos que buscar essa
dignidade que compete à municipalidade, temos que ir em busca dos recursos, em
busca dos meios, principalmente temos que eliminar essa burocracia que afeta o
acesso daquele que mais precisa dos financiamentos para a sua casa própria.
Nós falamos antes que é praticamente impossível que
alguém que ganhe até 350 reais possa se cadastrar, hoje, na Caixa Econômica
Federal e tenha o direito que eles anunciam de 10 mil e 500 reais a fundo
perdido. Eu me surpreendi muito quando fui ver de perto a legislação que estava
emperrando isso aí. Eu não sabia que o analfabeto neste Brasil não tem mais
direito a nada, pelo menos à habitação ele não tem, porque a Caixa Econômica
Federal nega empréstimo para aquele que é analfabeto, como se isso fosse culpa
da pessoa, Ver. Ervino Besson, como se a culpa não fosse da conjuntura cultural
deste País, social deste País. Ele não tem direito pelo fato de não saber
escrever, isso numa República de direitos iguais; nega-se o direito ao
empréstimo a fundo perdido, dado pelo Fundo de Garantia. Então, o coitado,
neste Brasil, tem que permanecer coitado. Aliás, eu acredito que alguns
Governos e Partidos pensam: “Quanto mais pobre, melhor; quanto mais sem terra,
melhor”, porque isso rende votos, rende alguma coisa.
Estou extremamente preocupado. Se a pessoa tiver
qualquer pendenga na Receita Federal, não terá direito a esse empréstimo; se
tiver qualquer coisa no SPC, não terá direito ao empréstimo da casa própria! E a garantia desse empréstimo - já que
é social, nós temos de buscar a inclusão social - é o próprio imóvel, o
pagamento, se é que alguma coisa ele terá de pagar!
Então,
nós temos de parar de fazer demagogia, nós temos de facilitar, temos de
despolitizar partidariamente os problemas sociais deste País! Essa é uma
preocupação que temos, mas, como liberal democrata, na linha cristã, eu estou
feliz, pois esses que prometeram baixar impostos vão baixar os impostos; os que
estão prometendo baixar os juros vão baixar os juros, aí eu tenho certeza de
que teremos mais emprego, teremos dignidade suficiente para fazermos a inclusão
social daquele que merece. Muito obrigado, Sr. Presidente e senhores também.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero, antes de
mais nada, dizer que eu não sou joãozinho-do-passo-certo, não me chamo
Joãozinho, e sim João Antonio. E por que estou dizendo isso? Porque fui o único
a votar contrariamente a alteração proposta pela Verª Clênia Maranhão...
(Manifestação
anti-regimental da Verª Clênia Maranhão.)
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: A
Verª Clênia Maranhão diz que não foi dela a proposta. Então, peço desculpas.
Bom, foi das Lideranças, diz-me aqui a Verª Mônica Leal.
Eu
fui o único a votar contrariamente: foram 17 votos favoráveis, um voto
contrário, somando 18 votos, com o voto do Presidente, totalizam 19 votos. São
36 Vereadores, e 17 não estavam aqui para dizer alguma coisa! Dezessete! Quase
que termina a Sessão por falta de quórum! Como tem ocorrido com muita
freqüência, como ocorreu na segunda-feira e, provavelmente, ocorrerá hoje.
Eu
acho, Sr. Presidente, a Pauta um momento muito importante, muito mais
importante do que muita gente pensa. Fui o primeiro Vereador a chegar, a
segunda foi a Verª Clênia Maranhão, logo em seguida chegou o Ver. João Carlos
Nedel, que vinha me orientar quanto à necessidade de votação de um Projeto
de Lei do Executivo que está em primeiro lugar para ser votado, sob a égide do
malfadado art. 81. O Vereador quis me explicar, e eu disse: “Não, não me
explique, porque ele esteve três dias na Pauta, e eu o discuti.” Inclusive, eu
coloquei todas as dúvidas do mundo, como, por exemplo, por que não foi usado o
Departamento Municipal de Esgotos, e sim a CORSAN para fazer análise. No meu
tempo, como Diretor do DMAE, nós fazíamos a análise para a CORSAN - não entendo
porque foi feito.
Mas
há necessidade de se colocar em votação este Projeto. São 25 minutos para a
Pauta! Agora, há uma coisa que se chama Comunicação de Líder, e outra coisa que
se chama Regimento. Eu não sou o joãozinho-do-passo-certo, eu estou usando mal
o tempo de Liderança. Talvez até nem esteja usando mal o tempo de Liderança,
porque estou tentando explicar a razão de eu ser o único contrário à alteração
proposta. O Regimento, no seu art. 229, diz que a Comunicação de Liderança deve
ser usada para assunto urgente, inadiável, sendo submetido, primeiramente, à
presidência, que dirá “sim” ou “não”. Nós não fazemos isso. A Liderança é usada
todos os dias para que os assuntos mais variados sejam tratados. Raramente eles
são urgentes e inadiáveis!
Portanto,
este Vereador tem a preocupação, sim, de que os Projetos sejam discutidos, e a
maneira de discutir os Projetos é através da Pauta. Eu cheguei aqui e já
encontrei dois Projetos que queria analisar na Pauta, como o de autoria do Ver.
Brasinha, querendo tornar obrigatória a instalação de brinquedos adaptados para
crianças portadoras de deficiências. Ora, no meu entendimento, não cabe uma lei
desse tipo, mas é só conversar com os Secretários da área, e, podem ter
certeza, esses brinquedos seriam instalados com muito mais rapidez, pois os
Secretários passariam a entender não a letra fria da lei, mas a emoção
transmitida pelo Vereador.
Depois,
há um enorme Projeto de Lei do Executivo, que terá dificuldades para ser
entendido, pois o Executivo tira um benefício adquirido pelos aposentados ao
longo dos anos. Nós vamos ter dificuldades, sim. Nós precisaremos discuti-lo
bem. Mas a Pauta parecia ser desnecessária... Se tivéssemos entrado na Pauta,
neste momento ela teria sido encerrada. Eram 25 minutos. Eu falei que eram
15h15min, e agora são 15h40min. Nós teríamos discutido Projetos importantes
para a vida da Cidade, esse Projeto do Executivo muda a vida de muita gente!
Nós
temos algumas dificuldades em ver o que acontece neste Plenário, e, de repente,
a Sessão termina por falta de quórum. A Liderança do Governo não consegue
manter os Vereadores que apóiam o Governo no plenário para que as Sessões
continuem, mas faz alterações todos os dias daqui, dali, acolá. Eu vou
continuar não sendo o joãozinho-do-passo-certo, mas tentando sempre ser certo,
porque isso é importante. Eu tento ser certo, eu tento cumprir o Regimento, eu
tento cumprir a Lei Orgânica do Município, que eu jurei cumprir, isso eu tento
sempre, mas não sou o joãozinho-do-passo-certo. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. João Dib.
A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Se
outras Lideranças quiserem se manifestar, eu peço, por favor, que se inscrevam
na Mesa.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vou falar de algumas
questões de Porto Alegre, mas antes vou responder, rapidamente, ao tema
predileto do Ver. João Dib, que é falar mal do trabalho dos Líderes do Governo.
Quero
lembrar a V. Exª que nós somos três Líderes: Ver. Mario Fraga, Verª Mônica Leal
e eu. Aliás, fora V. Exª, somos considerados pelos demais como pessoas bastante
trabalhadoras, bastante dedicadas à construção do bem público desta Cidade. Eu
não sou ditadora e nem sou corregedora, o povo de Porto Alegre me colocou aqui
para defender os interesses da Cidade. E a condição de Líder do Governo é para
coordenar as ações políticas. Cada Vereador é dono do seu destino, tem
responsabilidade e é autônomo para ficar ou não dentro do plenário. Inclusive,
muitos de nós, quando não estão dentro do plenário, estão trabalhando nas
Comissões Permanentes, nas Comissões Especiais, estão trabalhando nos gabinetes
ou estão próximos da nossa comunidade, fazendo trabalho junto a ela. Cada um
define: alguns trabalham mais na Zona Norte, outros na Zona Sul, alguns
trabalham mais dentro dos seus gabinetes, outros trabalham mais próximos à
população de baixa renda. E o povo julga, o povo elege, o povo reelege ou não.
Então, essa é uma decisão popular, não é de nenhum corregedor; até mesmo porque
a Câmara, como qualquer Parlamento mundial, não tem Corregedoria.
Eu
queria me reportar ao Ver. Adeli Sell, que agora voltou ao plenário. Eu não
quero dizer como o senhor disse mal-educadamente na Sessão de segunda-feira,
que a Vereadora fugiu; acho que o Vereador não foge do plenário, os Vereadores
saem e voltam de acordo com as demandas que são colocadas, mas alguns
Vereadores se prevalecem do fato de estarem nesta tribuna para serem
agressivos com os Vereadores que não têm o microfone naquele momento. Então, não
vou repetir a sua grosseria de ontem, dizendo que V. Exª fugiu. Vossa
Excelência saiu, eu imagino que tenha tido motivos para sair, e eu não tenho
nada a ver com isso, nem ninguém.
Agora,
eu queria lembrar a V. Exª uma fábula infantil, uma história que todos
conhecem: “A Bela Adormecida do Bosque”. A bela adormecida do bosque dormiu por
cem anos, e, quando acordou, queria que todas as coisas estivessem como estavam
antes do seu sono de cem anos. No mundo das fábulas, as coisas são assim, e o
Vereador, com essa postura de criticar as ações do Governo que procuram
agilizar, que procuram melhorar as condições de acesso da população de Porto
Alegre ao Centro da Cidade, me faz lembrar esse personagem, porque, durante
dezesseis anos, só estando dormindo para não perceber que Porto Alegre,
infelizmente, teve o seu Centro deteriorado, que pioraram as condições de
acessibilidade, pioraram as condições de segurança, pioraram as condições para
aqueles que trabalham no Centro; nesses dezesseis anos, aumentaram os trabalhadores
do mercado informal, legais e ilegais, mas parece que isso não é visto por
alguns Vereadores, que devem estar como a bela adormecida do bosque.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Verª Clênia.
Quero
cumprimentar aqui o Ver. Odraciro Cirne, Líder do PDT em Arambaré, seja
bem-vindo a esta Casa! (Palmas.)
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhores, nós vivemos há muito tempo na cidade de Porto Alegre e, tratando-se
da questão do transporte coletivo, sabemos que houve um sucateamento;
comprovadamente, na época da intervenção, quando o Prefeito Olívio Dutra fez a
intervenção no transporte, havia desvios da função do transporte coletivo de
Porto Alegre. Eu fiz parte da intervenção na época e sinto-me muito honrada,
orgulhosa por essa história na minha vida. Digo isso baseada em questões
empíricas, coisas que, comprovadamente, nós vimos. E, apesar de a Justiça ter
compreendido que a Administração teve alguns ônus futuros, uma coisa ninguém
pode negar: 70% dos ônibus que nós tínhamos eram umas carroças - aí sim, Ver.
Adeli Sell, fazendo um pequeno contraditório, numa das poucas coisas que nós pensamos
de maneira diferente, com relação às carroças -, que carregavam o nosso povo de
Porto Alegre no dia-a-dia.
Nós
iniciamos um novo processo, até porque antes vivemos uma questão muito pior,
que foram os portões, onde se juntava o povo, como para manear gado, botavam lá
num gueto, davam uns papeizinhos; o povo saía pela manhã, chegava atrasado no
trabalho, chegava tarde em casa, e quem ganhava eram apenas alguns. E, em
relação ao caos no transporte coletivo na época do Governo Villela, vocês todos
sabem o que aconteceu.
Passados
os dezesseis anos, nos quais conseguimos fazer com que a CARRIS fosse a menina
dos olhos de todo o Brasil - houve a mudança para o biodiesel, enfim,
apresentamos a questão da acessibilidade, que foi uma das melhores, inclusive melhor
do que Curitiba -, nós estamos agora passando, Ver. Oliboni, pelo faz-de-conta.
Primeiro o tal de camelódromo; depois o trem, do qual nunca mais se ouviu
falar, que ajudaria muito, a segunda etapa do Trensurb. Agora, há um novo
processo saindo de uma nave espacial, um tal de três Portais, que deve ser para
as aeronaves - a gente tem que ironizar um pouquinho, senão enlouquecemos com
tanta novidade! Três Portais! Novamente, só que agora um pouco mais
sofisticado: com shopping center! Vão trazer novamente o povo das vilas
e direcioná-lo - Vereadores Elói Guimarães e João Dib, que já foram Secretários
de Transportes desta Cidade - para três currais, quer dizer, três Portais,
novamente para os guetos.
E
o povo, como tem muito poder aquisitivo, virá gastar nesses shopping centers!
Shoppings que vão custar 210 milhões, provavelmente, novamente, nós é
que vamos pagar, o povo, o “zé povinho”, é que vai pagar. Ver. Nedel, V. Exª
como bom cristão, que vai à missa todos os dias, poupe-me! Vossa Excelência me
entregou, sim, e só V. Exª, Deus e eles discutiram o projeto. Eles apresentaram
um projeto pronto para que o povo, como eu tenho dito anteriormente, decore as
salas e diga como é que vai ser. Nós queremos saber qual é o impacto econômico
e social que a cidade de Porto Alegre vai sofrer com este Projeto. Nós queremos
saber se vão tirar o problema do Centro de Porto Alegre, se vai ser “limpo”,
porque o problema do Centro de Porto Alegre deve ser o povo que cruza por ali.
Qual o impacto que vai ter o comércio de Porto Alegre? Porque não são apenas os
comerciantes, também há os comerciários, na sua maioria mulheres, chefes de
família. Nós queremos saber da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, já que no
papel tudo parece tão bonito, como o Ver. Nedel já me apresentou, quais são os
reais impactos.
No
dia 6, às 9h, estaremos convidando a CUTHAB, todos os Vereadores, o Ministério
Público, para que a Prefeitura apresente o projeto à Comissão dos Usuários -
vamos chamar todos os jornais de bairro, os meios de comunicação -, para que
nos convençam, porque, se for tão bom assim, como não seremos parceiros?
Seremos! Mas a priori esta Vereadora é terminantemente contra, porque
nós temos projetos alternativos, como a questão da Av. Borges de Medeiros, com
dez milhões nós resolvemos o problema do Centro na questão do transporte, não
na sua totalidade.
Então,
senhoras e senhores, não vamos fazer desta tribuna apenas uma varinha de
condão, como se tivesse tudo legal, porque não está, cada um aqui tem uma
parte, e, se nós juntarmos todos, quem vai ganhar é a população de Porto
Alegre. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ERVINO BESSON: Estimado
Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16 da
TVCâmara, quero saudar a todos.
Meu
caro Ver. Adeli Sell, V. Exª criticou o não-funcionamento da Creche
Palhaço Feliz, na Vila Castelo, na Restinga. Eu quero dizer a V. Exª que,
quando o Governo Fogaça assumiu a creche, ela não estava pronta. O Governo
Fogaça concluiu as obras? Concluiu. Só que V. Exª sabe que demora quando muda o
Governo, mas foi concluída. O motivo da demora para a abertura da creche, meus
caros colegas Vereadores, é que a mantenedora, a Associação de Moradores da
Vila Castelo, estava com a documentação irregular. Nós sabemos que, com
documentação irregular, não há como funcionar legalmente uma creche, mas eu
quero dizer a V. Exas que a documentação já está em dia, e já estão
no Orçamento trinta mil reais para a compra de equipamentos para que a creche
tenha condições de funcionar. Pelas informações que nós temos do próprio
Executivo, a partir do mês que vem a creche, que está pronta, irá funcionar
para atender a comunidade, principalmente as nossas crianças, o que será de
grande ajuda, de grande benefício para os pais que querem deixar os seus filhos
lá, que precisam trabalhar para dar sustento às suas famílias.
Neste período de Liderança do meu Partido, eu
queria também falar a respeito de algo que todos os colegas Vereadores, que
toda a população do nosso Rio Grande acompanhou e está acompanhando de uma
forma bastante triste: a mortandade dos peixes no rio dos Sinos e a situação
das pessoas humildes que sobrevivem da pesca naquela região. Eu falei com
algumas pessoas daquela região - tenho familiares e amigos que moram nas
proximidades de São Leopoldo, tenho um irmão que é Prefeito de Portão - sobre a
triste realidade que aquela comunidade está vivendo. São praticamente 85
toneladas de peixes, pesados pelos órgãos ambientais, que foram mortos por
causa da poluição dos nossos rios. É uma tristeza!
No dia de hoje, para maior tristeza ainda, o jornal
O Sul traz uma foto (Mostra o Jornal.) dos peixes agonizando. Que tristeza! E
nós estamos vendo aqui, dá para ver perfeitamente, a água com cinco cores, são
águas poluídas, e uma nova
mortandade de peixes haverá de acontecer, como demonstra aqui, o nosso jornal O
Sul, há outros jornais que noticiam isso diariamente. Agora, que sirva de
alerta para a nossa população.
Hoje
pela manhã, quando vinha aqui para a Câmara... No meu trajeto, passo próximo ao
arroio Cavalhada e ao arroio Passo Fundo, onde há poucos dias o DMLU fez uma
limpeza; ficou belo, limpo. Mas olhem, meus colegas Vereadores e os que nos
assistem nas galerias ou pelo Canal 16, passem, dêem uma paradinha e olhem como
está o arroio Cavalhada, é um lixo: plástico, pneu, sofá, geladeira. Ora, é uma
tristeza. Quando este povo terá um pingo de educação para não largar mais nos
rios todos esses materiais, esse lixo que polui as nossas águas? Pois essa
poluição vai acabar no rio Guaíba.
A
Prefeitura, através do DMLU, tem feito um enorme esforço diariamente, tem
gastado um monte de dinheiro - dinheiro que é do povo - para limpar os nossos
rios, dinheiro que é nosso. Há poucos dias, foram retirados milhares de
toneladas de lixo próximo do Guaíba - até o Beco do Carvalho são
aproximadamente 7km. De onde vem esse lixo? O povo é quem larga esse lixo no
riacho Ipiranga e em outros rios, enfim, poluindo as águas. Quando é que nós
teremos consciência do lixo que produzimos? Precisamos ter consciência - a
nossa população, o nosso povo -, porque é uma questão de Saúde Pública. Nós
temos que deixar para essas gerações que virão um exemplo um pouco melhor. A
gente passa nesses rios, nesses arroios e vê que eles estão entupidos, poluídos
por tudo que é tipo de lixo. A população larga no rio!
Está
aí o exemplo, está aí o que está acontecendo com essa poluição - a mortandade
de peixes. A nossa Saúde Pública está em jogo, sim, estamos poluindo o líquido
precioso que a natureza coloca em nossas mãos diariamente, que é a água, e em
muitos países quase não há água doce. Nós temos e estamos cometendo este crime:
poluindo as nossas águas e os nossos rios. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. Ervino Besson.
Damos
as boas-vindas ao “Preto”, Sr. Élcio Mota da Silva, líder da Vila Nossa Senhora
Aparecida, seja muito bem-vindo a esta Casa.
Havendo
quórum, passamos à
Em
votação o Requerimento, de autoria das Lideranças da Casa, para a apreciação
das seguintes matérias constantes na Ordem do Dia: PLE nº 034/06, Requerimento
nº 138/06, Reunião Conjunta para apreciação do PLCE nº 005/06, PLE nº 002/04,
PR nº 125/05, PLL nº 104/03, PLL nº 179/05, PR nº 111/05, PLCL nº 020/05, PLL
nº 041/06, PR nº 041/05, PELO nº 001/06, PR nº 132/05 e PLL nº 032/05. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 4432/06 - PROJETO DE LEI DO
EXECUTIVO N. 034/06, que ratifica operação de crédito com instituição não-financeira,
conforme Termo de Consolidação de Dívida e Compromisso de Pagamento firmado
entre o Departamento Municipal de Limpeza Urbana - DMLU e a Companhia
Riograndense de Saneamento - CORSAN no valor de R$324.653,66 (trezentos e vinte
e quatro mil, seiscentos e cinqüenta e três reais, sessenta e seis centavos).
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
113 da LOM;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 25-10-06.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em
discussão o PLE nº 034/06. (Pausa.) O Ver. João Antonio Dib está com a palavra
para discutir o PLE nº 034/06.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, antes expliquei que eu não
era o joãozinho-do-passo-certo. Agora, vou explicar que não sou o corregedor,
que sou um Vereador de tempo integral: sempre estou no plenário, quando preciso
estar no plenário; sempre estou em meu gabinete com a porta aberta, quando
preciso estar em meu gabinete; se não, as pessoas me encontram pelo meu
telefone residencial, que não escondi em lugar nenhum.
Conheço este Processo aqui e o conheço
perfeitamente, porque eu o discuti três vezes na Pauta, acho importante
discutir na Pauta. Agora, já que foram dadas explicações sobre Corregedoria,
que não existe na Casa, eu vou dar algumas explicações sobre responsabilidade
de quem representa o Governo na parte política.
Este Projeto entrou na Casa no dia 24 de agosto,
foi analisado na Procuradoria da Casa pelo brilhante Procurador Dr. Claudio
Velasquez, que não só deu o seu Parecer como incluiu a Resolução do Senado, a
qual mostra a importância da votação deste Projeto. Isso tudo estava pronto no
dia 28 de agosto. Desde então o Projeto ficou por aí; passou na Comissão de
Finanças, se não me engano o Ver. Paulo Odone relatou, mas não chegou a ser
votado, porque foi pedido muito tarde. A urgência foi pedida no dia 18 de
outubro para o Projeto ser examinado na Comissão de Justiça, CEFOR, CUTHAB e
Reunião Conjunta, e não aconteceu. No dia 23 de outubro, cinco dias depois, a
Liderança do Governo requereu o art. 81.
Se eu fosse o corregedor desta Casa, se eu não
fosse um Vereador que sabe da sua responsabilidade e da necessidade de votar, porque interessa ao Município - talvez
até seja em razão do problema do Projeto Socioambiental, que trata do esgoto da
Zona Sul -, talvez eu colocasse obstáculos aqui e saberia colocá-los com muita
perfeição. Há coisas aqui incríveis! Mas o interesse da Cidade é maior do que a
preocupação deste Vereador de mostrar que é atento às coisas que acontecem. Por
isso, eu vou ficar por aqui mesmo, não vou criar problema para ninguém.
Não
vou ser corregedor do Processo, mas que ele tem um equívoco pesado, ele tem.
Mas não interessa esse equívoco, não importa, a Cidade precisa fazer
empréstimos, e desta decisão nossa, agora, sobre este Processo que está sob a
égide do art. 81, nós vamos votar e vamos aprovar. Eu também vou aprovar, mas,
como Diretor do DMAE, eu fazia a análise para a Corsan. E a Administração
passada entendeu de pedir que a Corsan fizesse a análise para o DMLU, quando o
DMAE estava melhor aparelhado. Mas igualmente eu vou votar, porque dívida é
dívida e tem de ser paga; e o Prefeito está corretamente pedindo autorização para
pagar a dívida, e nós não vamos colocar empecilhos. É um encontro de contas, em
que a maior parte a Prefeitura vai pagar, mas tem de ser paga, e é preciso, é
essencial para que ela possa fazer financiamentos, e sem isso não vai conseguir
fazer.
Por
isso deixo de lado a possível corregedoria que eu pudesse fazer - e faria no
Processo - para dizer que vou votar favoravelmente sim.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PAULO ODONE: Só uma
Questão de Ordem para esclarecer, no que toca a este Vereador, em relação à
tramitação do Projeto. O Projeto chegou à Comissão de Constituição e Justiça, a
nós foi distribuído, e por mim foi feito o Relatório. Foi apresentado o
Relatório pela inexistência de óbice jurídico, só não foi votado na outra
semana porque o Ver. Comassetto pediu vistas, e, nesse interregno, antes que se
votasse, foi pedida a urgência.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, quero dizer que eu não culpei o Ver. Paulo Odone de coisa nenhuma,
ele fez o Parecer e brilhante até, só não foi votado. Foi a única coisa que eu
disse.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Está
certo, Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir o PLE nº 034/06.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu
queria cumprimentar o Ver. João Antonio Dib e, sem dúvida, quero cumprimentar
todos os Vereadores e Vereadoras, porque estão levando em conta o elevado
interesse da Cidade. A aprovação, a ratificação dessa operação de crédito com
uma instituição não-financeira é um exercício da responsabilidade dos Srs.
Vereadores e das Sras. Vereadoras.
Ontem
eu me preocupei: mas qual é a origem do débito do DMLU com a Corsan? O DMLU é
uma entidade municipal, e a Corsan é uma entidade estadual. Muito bem, Ver.
Sebenelo, a origem desse débito... Vossa Excelência lembra daquele chorume lá
do Aterro Sanitário da Extrema e do Santa Tecla, aquilo precisava ser tratado,
analisado, e isso foi feito, porque a Corsan era - e é - uma entidade
habilitada a fazer esse tratamento. É uma dívida que começou no Governo
passado, foi acertada neste Governo, e agora a Secretaria do Tesouro Nacional,
Ver. Cassiá, está exigindo uma ratificação legislativa desse acordo financeiro.
Então, ela está exigindo uma ratificação parlamentar desta Casa, porque é um
acordo que talvez possa ultrapassar o Governo Fogaça, ela quer uma ratificação
desta Casa para, então, poder liberar três operações de crédito: primeira, a do
Reluz; segunda, a do saneamento do DEP; e a terceira, a do Socioambiental. Isso
é preciso para destravar as operações.
Então,
é muito importante que a gente contribua com a Cidade fortemente para que as
coisas aconteçam. Essa é uma função essencial desta Casa: destravar, acelerar o
andamento das obras que vão beneficiar a população. Nós estamos aqui para
servir à população, e esse é o caso específico. Eu tenho certeza de que não
vamos verificar detalhes que talvez pudessem ser políticos, de interesses de um
lado ou de outro, porque agora está falando mais alto o interesse da população:
o benefício, como diz o Ver. João Antonio Dib, do financiamento do Programa
Socioambiental, que irá trazer saneamento para praticamente 70% do esgoto
cloacal da nossa Cidade; do Programa Reluz, que irá incrementar a nossa
situação da iluminação pública; e também do saneamento do DEP, que, acredito,
seja um detalhe também do Conduto Forçado Álvaro Chaves.
Então
eu quero cumprimentar esta Casa pela elevada compreensão de aprovar o presente
Projeto, porque ele é de elevado interesse da sociedade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra para discutir o PLE nº 034/06.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
parece-me que o PLE nº 034/06, que busca a ratificação do termo de consolidação
da dívida, compromisso e pagamentos entre o DMLU e a Corsan, Ver. Besson,
implica uma questão que hoje nós estamos debatendo muito, que é a
responsabilidade dos Governos Municipal, Estadual e Federal, até porque as
operações de crédito internas ou externas de Estados, Distrito Federal,
Municípios e União têm de ser cumpridas.
Vou
usar exemplos: a 3ª Perimetral, Ver. Ismael, por que ela estava parada e por
que está demorando tanto? Porque não havia cumprimento com o BID das questões
de financiamento, com contrapartida da Prefeitura de Porto Alegre.
Naturalmente, esse tipo de operação tem como avalista a União, e, no momento em
que começam a atrasar os compromissos com os organismos internacionais, ou até
com as entidades de crédito, não é mais remetido dinheiro para Porto Alegre.
No
momento em que não se pagam esses R$ 324.653,66, não podemos executar, Ver.
Nedel, a eficientização da iluminação pública em Porto Alegre, Ver. ª Clênia,
cujo Projeto está, desde o ano passado, concluído pela SMOV e pela Fazenda, com
financiamento aprovado por esta Casa, da Eletrobrás, Ver. Ismael, e que não tem
andamento porque existe essa dívida. Acabou o tempo em que não se pagavam as
coisas, e pegavam o dinheiro dali; não pagar com uma mão e ainda pegar com a
outra - não dá mais. Não tem mais como enganar os organismos internacionais,
nem como o Município enganar o Estado, ou esse enganar o Distrito Federal ou a
União. Esta Casa tem de aprovar, porque, mesmo sendo uma dívida do outro
Governo, este Governo vai ter de pagar. Isso faz parte da democracia, ou seja,
o Governo tem que continuar, não pode olhar para trás. Para tirar dinheiro
internacional ou até para fazer transações imobiliárias, de crédito, tem que
estar em dia, tem que ser honesto, ser correto, não dá para enrolar mais, para
que possa ter liberdade junto ao Cadin.
Volto
a frisar, isto aqui vai liberar um Projeto que esta Casa aprovou, da
eficientização, que é a troca da iluminação pública em Porto Alegre, troca de
lâmpadas de mercúrio para lâmpadas de sódio, o que vai dar uma economia de 30%
a 40% e tornará melhor a iluminação de Porto Alegre. Esse casamento é muito
importante para que Porto Alegre possa progredir. No momento em que essa dívida
de R$ 324.653,66 for paga, daremos possibilidade a que Porto Alegre pegue o
financiamento que foi aprovado pela Câmara, com contrapartida da Prefeitura,
junto à Eletrobrás, para melhorar, mudar, eficientizar a iluminação pública em
Porto Alegre. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra
para discutir o PLE nº 034/06.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadores, Vereadoras, prezados ouvintes,
primeiro, já que foi citado o meu nome como quem pediu vista ao Processo lá na
Comissão de Constituição e Justiça, quero dizer que, no dia em que o nobre
Relator Ver. Paulo Odone apresentou seu relato, pela complexidade do Processo,
eu pedi vista, sim, como sempre faço, para discutir com a nossa assessoria o
conteúdo do Projeto. Em 24 horas devolvi à Comissão de Constituição e Justiça
com as minhas dúvidas sanadas, para poder conscientemente votar, como sempre
faço com todos os Projetos. Portanto, não houve impedimento da nossa Comissão
de Constituição e Justiça, pois, inclusive, passaram-se duas Sessões após a vista,
e o Projeto não veio à pauta da nossa Comissão porque já havia sido pedido o
art. 81 do Regimento. Mas, também, não tenho dúvida de que o Parecer dado pelo
Ver. Paulo Odone seria aprovado na Comissão de Constituição e Justiça.
Eu quero falar um pouco do conteúdo do Projeto, e
temos acordo com a sua votação, não só eu como também a minha Bancada, a do
Partido dos Trabalhadores. É uma operação administrativa, política e econômica
normal de qualquer administração. Mas não posso deixar de resgatar algumas posições
polêmicas que foram trazidas para esta tribuna por alguns Vereadores da base de
Governo no período de transição fazendo um conjunto de análises da dívida que o
Município deixou para a atual gestão.
Essa é uma das dívidas, os trezentos e vinte e poucos
mil reais, mas há outras, e, entre elas - eu quero fazer uma afirmação para
recapitular -, uma é com a Companhia Estadual de Energia Elétrica, para quem o
Município deve em torno de 50 milhões de reais. Mas essa Companhia também tem
uma dívida com o Município. Portanto, o que precisa ser feito é um encontro de
contas, e não ser trazido para esta tribuna como uma dívida não declarada da
nossa Administração. Eu quero registrar isso aqui, porque nestes momentos nós temos que recapitular esses
processos e tratar com justiça as posições políticas, pois as Bancadas de
oposição fazem um discurso sincero e aprovam os projetos que forem de bem para
o Município e para as correções administrativas, como é o caso deste Projeto.
Hoje os três Projetos que
se encontram dependentes desse vieram da Administração Popular e foram
reorganizados pela atual Administração. São eles: o Projeto de Saneamento do
DEP; o Programa Socioambiental, que já aprovamos aqui, o Governo Federal
emprestará ao Município em torno de 170 milhões de reais; e o Programa Reluz.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, o raciocínio
de V. Exª me deixa atrapalhado quando diz que é para fazer um encontro de
contas, porque, nas duas vezes, é o Município quem deve para o Estado: são 320
mil reais para a Corsan, e 40 milhões de reais ou 50 milhões de reais para a
CEEE. Não há encontro de contas.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Ver. João Dib, se V. Exª prestou atenção no Projeto, a Corsan deve pouco, em
torno de 27 mil reais, 30 mil reais. É lógico, isso é um encontro de contas,
alguém terá que repassar uma parte para o outro; neste caso é o DMLU para a
Corsan.
O
Sr. Cassiá Carpes: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pela oportunidade,
Ver. Comassetto. No ano passado, quando Secretário da SMOV, eu participei de
alguns encontros e posso lhe afirmar que esse acerto entre Estado e Município
já ocorreu, já está sendo praticado entre essas partes - dívida do Município,
dívida com o Estado, a CEEE com o Município. Já foi acertado, pactuado, e o
Município já deve estar pagando.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Obrigado.
Portanto,
essa discussão das finanças, em que este Projeto é pontual, vem naquele
enquadramento que afirmamos e reafirmamos aqui sempre: na transição - como nós
defendemos uma continuidade administrativa - o Governo repassou o Município em
plenas condições de saneamento financeiro junto à Comissão do Senado Federal,
sob a Lei de Responsabilidade Fiscal e sob os agentes financeiros internacionais,
como BIRD, BID, entre outros.
Portanto,
essa é a contribuição para o debate aqui, a respeito deste Projeto específico
do Executivo Municipal, que é um encontro de contas entre DMLU e Corsan. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Encerrada a discussão. Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o
PLE nº 034/06. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26 votos
SIM.
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. N. 138/06 – (Proc. N. 5002/06 – Mesa
Diretora) – requerem
Sessão Solene a ser realizada no dia 31 de outubro de 2006, às 19 horas,
destinada a assinalar o transcurso do Dia do Médico e o 55º aniversário da
Associação Médica do Rio Grande do Sul - AMRIGS.(incluído em 25-10-06)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz):
Em votação o Requerimento nº 138/06, da Mesa Diretora. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Estão suspensos os trabalhos para a Reunião Conjunta das Comissões.
(Suspendem-se os
trabalhos às 16h21min.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz – às 16h39min): Estão
reabertos os trabalhos.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N. 0287/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 002/04, que desafeta
da destinação de uso comum do povo próprio municipal para fins de regularização
fundiária através de concessão de Direito Real de Uso. (desarquivado pelo Ver.
Carlos Comassetto)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Carlos Todeschini: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, §1º, VIII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 07-08-06.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLE nº 002/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o PLE nº 002/04.
(Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, considerando que alguns Projetos que estão na Ordem do Dia são de
autoria de alguns Vereadores que se encontram em Licença de Saúde e de outros
que se encontram em atividade externa, eu consultei as Bancadas de que fazem
parte esses Vereadores e estou encaminhando a V. Exª o adiamento da discussão
dos seguintes Projetos: PR nº 125/05, PLL nº 179/05, PLL nº 041/06, PELO nº
001/06 e PLL nº 032/05; e o adiamento da votação do PR nº 041/05 e do PR nº
132/05.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o
Requerimento de autoria do Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria da Verª Clênia
Maranhão.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, sem que eu seja corregedor, em relação ao PR nº 125/05, trata-se
apenas de mais uma discussão, e haverá outra discussão. Eu acho que não havia
por que não ocorrer a discussão, e provavelmente ninguém fale, como não falaram
na primeira vez. Esta seria a segunda, mas aqui diz que é a primeira.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para encaminhar o Requerimento de autoria da Verª
Clênia Maranhão.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Só para
transmitir ao Ver. João Antonio Dib: é um pedido da autora, da Verª Maria Celeste,
que se encontra enferma no momento; ela pediu o adiamento, porque gostaria de
estar presente na discussão para debater com os colegas. Esta é a razão
essencial do pedido de prorrogação: a autora deseja aqui fazer o debate com os
demais colegas. Eu gostaria de ter a concordância do Ver. João Antonio Dib
nesse sentido. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em votação o
Requerimento de autoria da Verª Clênia Maranhão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do
Ver. João Dib. Está aprovada a nova ordem, com a supressão dos Projetos
enumerados pela Verª Clênia Maranhão.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
N. 2225/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 104/03, de autoria do
Ver. Aldacir
Oliboni, que proíbe a comercialização
de produtos acondicionados em garrafas de vidro ou assemelhados, em qualquer
local a menos de 150 metros da orla do Guaíba, no Município de Porto Alegre.
Com Substitutivos nos. 01 (A.Oliboni e D.Campani) e 02 (A.Oliboni
e D.Campani). Com Emendas nos. 1,2,3 e 4 ao Substitutivo n. 02
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Carlos Todeschini: pela existência de óbice de natureza jurídica ao
Substitutivo n. 01, e pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto e ao Substitutivo n. 02.
Observações:
- incluído na Ordem do
Dia, por força do art. 81 da LOM, em 09-11-05;
- adiada a discussão por
duas Sessões;
- retirado o
Substitutivo n. 01.
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em discussão o
PLL nº 104/03 e o Substitutivo nº 02, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, com
Emendas nºs 01, 02, 03 e 04 ao Substitutivo nº 02. O Ver. João Antonio Dib está
com a palavra para discutir o PLL nº 104/03 e o Substitutivo nº 02.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o problema do nosso
País não é a falta de leis, e sim o excesso de leis. Esta lei não tem sentido,
não tem como ser fiscalizada, vai criar problemas para muita gente. Nós temos
que orientar, educar o povo para que não quebre garrafas, para que não as jogue
dentro do rio. Não é pelo fato de alguém cometer um crime que eu vou fazer uma
lei dizendo que é proibido cometer aquele crime. Nós sabemos que é proibido
roubar, nós sabemos que é proibido... Aliás, esses dias eu li que fizeram
milhões de leis no mundo, mas não fizeram ainda nada que se igualasse aos dez
mandamentos. Então é preciso educação. Eu não deixo vender nas proximidades do
Guaíba, mas a pessoa levará de casa para o Guaíba, e eu não vou ter solução
para o problema. Nós precisamos é de educação! Educação e mais educação. Lei
não dá educação para ninguém! Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Aldacir
Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 104/03 e o Substitutivo nº
02.
O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Ver.
Luiz Braz, nobres Vereadoras, nobres Vereadores e público que nos acompanha
pelo Canal 16, este Projeto foi um Projeto sugerido, Ver. João Antonio Dib, por
cidadãs e cidadãos que têm o costume de caminhar na orla do Guaíba, aqui na
Usina do Gasômetro, enfim, nessa grande área turística da Cidade onde se
percebe - pela manhã principalmente, nos fins de semana - um enorme acúmulo de
cacos de vidros, porque muitas garrafas são quebradas em função de algumas
festas ou atividades feitas durante a noite.
Nós não estamos fazendo mais nada do que uma
ampliação daquele serviço já feito no Estádio Beira-Rio, do Internacional.
Quando você vai ao futebol, você recebe a garrafa ou você recebe o líquido num copo de plástico? Você recebe o
líquido num copo de plástico. Portanto, alguns estabelecimentos já estão dando
o bom exemplo para que não haja aquelas famosas garrafas chamadas long neck
quebradas ao longo de muitas avenidas da Cidade, principalmente nesses locais
em que o povo costuma fazer suas caminhadas.
Eu acho
essa questão de extrema importância, embora isso possa até, para muitos, não
ser significante. Há várias Emendas aqui da Verª Clênia Maranhão que ajudam a
legitimar o Projeto, que vêm ajudar aqueles cidadãos e cidadãs que prezam a
saúde. Eu diria que isso não diz respeito só às pessoas que caminham pela
Cidade, mas àqueles que andam de bicicleta...
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Aldacir Oliboni, eu
entendo - e entendo bem - a intenção de V. Exª no sentido de não permitir que
os banhistas acabem se ferindo dentro do lago. E saiba V. Exª que essa é uma
das preocupações que tenho; quando eu olho o lago, eu penso: “Se eu entrasse lá
e cortasse o meu pé...” Mas veja V. Exª que, na Av. Guaíba, há vários
restaurantes. Então, como é que uma pessoa vai chegar, pedir um almoço ou uma
janta, uma garrafa de vinho, se V. Exª diz que não poderão ser comercializados
produtos a menos de 150m, e eles estão a 40m?
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Se
V. Exª observar o Substitutivo nº 2, com a Emenda que foi colocada, essa retira
a questão dos 150m. Houve modificação.
O
Sr. João Bosco Vaz: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ah, bom, porque eu gosto muito
de ir ao estabelecimento chamado Xitãozinho e Xororó, que fica quase dentro do
lago. Se eu não puder tomar cerveja ou refrigerante de garrafa lá, eu estou
morto!
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Se
nós observarmos, todas as Emendas, as de nºs 1, 2, 3 e 4, retiram exatamente a
questão da distância e fazem com que o comerciante fique comprometido a
disponibilizar a bebida em copo plástico.
O
Sr. Haroldo de Souza: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Aldacir Oliboni, eu estou
preocupado com os vendedores ambulantes. Aqueles, por exemplo, que saem da
Usina do Gasômetro, caminhando pela orla, e vão até as proximidades do
Beira-Rio, vendendo com isopor - um peso danado, V. Exª não anda 5m com aquilo
ali...! O cidadão fica o dia inteiro vendendo água mineral, cervejinha ou
guaraná. Como é que ele vai fazer? Temos de arrumar emprego já para esse cara,
não é?
O
SR. ALDACIR OLIBONI:
Hoje esse cidadão, na grande maioria, vende latinha, ou água em garrafa
plástica. Dificilmente, esse cidadão, no caso do ambulante, vende garrafa
chamada long neck. Então, não há necessidade de dizer que todo o mundo
vende com o vasilhame long neck. Não
é bem assim. Esses poderão até vender, mas devem servir o líquido num copo
plástico.
Este
Projeto é de extrema importância, pois ele não só reduz os acidentes, como
também contribui para a questão da Saúde Pública. E mais do que isso: é uma
demanda dos moradores próximos à orla do Guaíba. Estamos apenas atendendo a um
segmento social que percebe a extrema importância deste Projeto social - e, é
claro, com a aprovação das Emendas aqui apresentadas ao Projeto. Muito
obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Professor Garcia está com a
palavra para discutir o PLL nº 104/03 e o Substitutivo nº 02.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, caro Ver. Aldacir Oliboni, de forma fraterna,
entendo que o Projeto de V. Exª está malcolocado. (Pausa.) Ver. Aldacir
Oliboni, por gentileza, eu gostaria que V. Exª prestasse atenção à minha fala.
O Ver.
João Antonio Dib falou da Av. Guaíba. Vossa Excelência quer que todos aqueles
bares localizados na Av. Guaíba... Por exemplo, se alguém for tomar uma cerveja
no Bate-Bate, que é um dos mais tradicionais ali, vai ter de tomá-la em copo de
plástico. No inverno, naquela orla, as pessoas vão ter de tomar vinho num
recipiente de plástico. Ora, eu acho que a concepção da sua idéia é boa, mas
está muito malformulada. Eu acho até interessante que V. Exª verifique - e o
Ver. Adeli Sell, como foi Diretor da SMIC, poderia se pronunciar sobre isso -
que, na orla, não existe essa preocupação com a existência de garrafas. Ali, o
que mais ocorre é que pessoas, individualmente, carregam garrafas - isso sim -,
principalmente no domingo à tarde, em que há um fluxo muito grande de pessoas.
O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte?
O SR. PROFESSOR GARCIA: Eu vou lhe ouvir, para a gente fazer
esse contraditório, porque eu acho que é importante.
O Sr. Aldacir Oliboni: Ver. Garcia, eu acho que não dá para nós
confundirmos as coisas, pois nós poderemos até assustar os comerciantes.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Não, nós não assustamos; Vossa Excelência e seu
Partido é que são craques em assustar e amedrontar os outros.
O Sr. Aldacir Oliboni: Se V. Exª quiser tomar um vinho, vai
tomá-lo no estabelecimento. Agora, eu me refiro àquele cidadão que compra a
cervejinha long neck, vai à orla do
Guaíba, toma a cerveja e joga a garrafa no chão, podendo quebrá-la.
Então,
se observar as Emendas, V. Exª verá que elas corrigem algumas coisas; não são
150m, e também não se trata de impedir o comerciante de vender. Ele pode
vender, desde que seja dentro do estabelecimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Eu sei, Vereador, só que eu volto a
insistir... Eu gostaria, e até o convido para num domingo, porque são 150m da
minha casa... Ver. Aldacir Oliboni, eu o convido para andar pelos bares ali, V.
Exª vai ver que não é essa a realidade. Afirmo isso de forma fraterna, acho que
a sua preocupação é válida, mas está malfocada.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Vereador, eu,
respeitosamente, pela amizade que tenho pelo Oliboni, gostaria de dizer que
montar um Projeto de Lei a cada problema que acontece na Cidade não é
educativo, penso eu; aí nós vamos ir contra o tempo. Com todo o respeito, Ver.
Oliboni, a intenção do seu Projeto não é ruim, mas, quanto a nós educarmos o
povo com um Projeto de Lei, penso que esse não é o caminho, nós estaríamos
andando contra o tempo, nós estaríamos regredindo no tempo. E, meu querido Ver.
Oliboni, respeitosamente, a Idade da Pedra já passou.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Para
finalizar, eu já vou colocar a minha posição contrária aqui. Até gostaria, Ver.
Aldacir Oliboni, que V. Exª repensasse, porque ainda há tempo para retirar o
Projeto, tentar... Mas, se V. Exª entender que há que votar, é pertinente.
Quero que saiba, de antemão, que este Vereador vai votar contra e vai fazer
todos os esforços para que os demais Vereadores que puder convencer - vou
tentar convencê-los - votem contra, porque não é justo; se V. Exª for à orla do
Guaíba, verá que não é essa a realidade. Muito obrigado, Ver. Luiz Braz.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Muito
obrigado, Ver. Professor Garcia.
Ver.
Haroldo de Souza, peço que V. Exª assuma a presidência, pois estou inscrito
para a discussão deste Projeto.
O
SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Eu
pediria ao Vereador que adiasse por duas Sessões a discussão do PLL nº 104/03 e
o Substitutivo nº 02.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Eu
peço que V. Exª assine um Requerimento, Vereador, por favor, para que se faça o
adiamento.
(O
Ver. Haroldo de Souza assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 104/03.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Haroldo de Souza, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, Ver. Elói Guimarães, Ver. Ibsen, Vereadores
que são da área do Direito: nós temos que ficar atentos com referência a alguns
Projetos de Lei que tramitam nesta Casa. Alguns foram aprovados, e outros, como
este, ainda em tramitação, ferem a Constituição Federal naquilo que é a sua
essência. O art. 22 da Constituição Federal diz assim (Lê.): “Compete
privativamente à União legislar sobre: Direito Civil, Comercial...” e daí para
a frente. Quando nós estamos querendo proibir a comercialização de qualquer
produto em um bar, nós estamos tratando de Direito Comercial! Ora, está aqui,
na Constituição Federal, no art. 22, que é exclusivo da União o direito de
legislar sobre Direito Comercial.
Então,
eu acho que esses Processos não têm que vir a Plenário para serem apreciados
pelos Srs. Vereadores e pelas Sras Vereadoras, porque acredito que,
se nós, porventura, aprovássemos aqui um Projeto de Lei dessa espécie, o que
iria acontecer é que esse Processo teria mais ou menos o mesmo destino de
alguns outros Projetos que já votamos aqui, e depois não teríamos o que fazer
com ele! Não faz muito tempo, nós aprovamos na Casa um Projeto de Lei de
autoria da Verª Clênia Maranhão. A Verª Clênia fez um Projeto proibindo as
pessoas de tomarem - aí com relação ao consumo - bebidas alcoólicas nos postos
de gasolina. E a Verª Clênia colocou a proibição com relação ao consumo porque
sabia que não podia colocar a proibição com relação ao comércio. É claro que,
Verª Clênia Maranhão, se pudéssemos aqui legislar, naquele seu Projeto, com
relação ao comércio, a questão estaria resolvida, não teríamos problema, Ver.
João Bosco Vaz! Mas como a Verª Clênia não pôde legislar com relação ao
comércio, ela teve de legislar sobre o consumo. Não deu certo. A gente vai aos
postos de gasolina, e os jovens estão lá tomando bebidas alcoólicas por toda a
área do posto.
Então,
é claro que a intenção de V. Exª é muito boa, que é a de evitar a poluição na
orla do Guaíba, uma orla muito bonita e muito poluída; é claro que a intenção
de V. Exª é muito boa, só que, com essa forma de legislar, V. Exª não vai
atingir o seu objetivo. Mesmo que os Vereadores da Casa, pela amizade que têm
com V. Exª, aprovem o Projeto, V. Exª não irá conseguir resolver o problema do
Guaíba com este Projeto de Lei.
Vossa
Excelência está agora pedindo que seja adiada a tramitação do Projeto, mas eu
peço que veja com os seus assessores a retirada do Projeto de tramitação,
porque não vai ser com este Projeto de Lei que V. Exª vai corrigir esse
problema, que é um problema sério, é um problema grave; infelizmente, nós não
podemos resolver dessa forma, Ver. João Dib, porque não temos competência para
legislar nessa área - o Direito Comercial -, somente a União pode fazê-lo.
Dessa
forma, então, eu acho que é uma atitude acertada o Ver. Oliboni retirar o Projeto
de tramitação, adiando e, quem sabe, retirando-o definitivamente, para que os
Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras não tenham o dissabor de votar contra o
Projeto de um colega.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza):
Obrigado, Ver. Luiz Braz.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, solicitando o
adiamento da discussão do PLL nº 104/03 por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver.
João Antonio Dib.
(O
Ver. Luiz Braz reassume a presidência dos trabalhos.)
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
2ª SESSÃO
PROC.
N. 3695/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 111/05, de autoria do Ver. João
Antonio Dib, que revoga o § 1º do art. 218 e o art. 227-C da Resolução
n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre).
(subsídios/Vereador em cargo no Poder Executivo)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto (Empatado);
- da CEFOR.
Relatora Ver.ª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Carlos Comassetto: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela
aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Raul Carrion: pela
aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. João Carlos Nedel:
pela aprovação do Projeto.
Observações:
- discussão geral nos
termos do art. 126, § 1º, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia
em 15-05-06.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Em
discussão o PR nº 111/05. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o
PR nº111/05.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Luiz Braz, presidindo os trabalhos; meu caro Ver. João Antonio Dib, proponente
da matéria; colegas Vereadoras e Vereadores: sim, nós somos, Ver. João Antonio
Dib, totalmente favoráveis à sua proposição. Há uma clara, necessária e justa
separação entre os Poderes no País, às vezes um pouco atropelados um pelo
outro, mas aqui nós queremos que continue a autonomia, o respeito entre
Executivo, Legislativo e Judiciário, e não como acontece no Rio Grande do Sul,
onde o Judiciário é useiro e vezeiro de dar liminares que se intrometem na
questão de política administrativa dos municípios. Não falo só isso de Porto
Alegre: quando fui Secretário, fui colhido, várias vezes, com essas
barbaridades, pena que poucos falam sobre o assunto, porque isso normalmente é
tabu. Nem todos os juízes fazem isso, muito longe disso, pelo contrário, a
maioria dos juizes concorda comigo: que juiz não tem que se intrometer em
questões administrativas da Prefeitura.
Se
alguém for para o Secretariado, é uma escolha - eu já fui Secretário -, recebe
o salário de Secretário, porque o Secretário tem algumas questões para exercer
o seu mandato de Secretário que o Vereador não tem. Por exemplo, o Secretário
tem um carro disponível na Prefeitura, tem um conjunto de assessores que lhe
ajudam a exercer aquele mandato na Prefeitura. Aqui, diferentemente, nós usamos
o nosso carro, e nós não conseguimos, regra geral, pagar o combustível e os
gastos do carro com o subsídio que recebemos. Eu, muitas vezes, uso do meu
dinheiro, portanto, do meu subsídio daqui, para fazer isso. Portanto, são
questões diferentes, e o nosso orçamento fica inchado. A Câmara de Vereadores
tem dificuldades orçamentárias, como teve nos últimos dois anos, digamos - pelo
menos foi quando eu acompanhei mais de perto essa questão -, porque nós temos
vários Secretários Municipais que recebem os subsídios da Câmara Municipal.
Então,
o Ver. João Dib em boa hora traz esta matéria à discussão, e nós queremos
acompanhá-lo, não apenas neste debate, mas também na votação e no apoio.
Esperamos que o Sr. Prefeito Municipal sancione esta lei. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PR n° 111/05.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, meu prezado Ver. João
Antonio Dib, lembro que, logo que V. Exª apresentou este Projeto, na 1ª Sessão
de Pauta eu já me havia manifestado de forma contrária. Vou justificar por que
sou contrário ao Projeto. Embora exista autonomia entre os Poderes, existe - é
uma famosa frase - a questão da reciprocidade. Vossa Excelência sabe que cada
Vereador tem direito a três cedências do Executivo. Eu sempre digo que um
negócio para ser bom tem que ser bom para ambas as partes. Nesse caso...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Adeli Sell.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Ver.
Adeli, é velha, mas não foi o entendimento que V. Exª colocou, e V. Exª
defendeu o Projeto. Eu estou dizendo a velha máxima, contrário ao Projeto. Por
quê? Porque o Ver. João Antonio Dib alega - e na sua premissa inicial há uma
justificativa plausível - que há Vereadores que viram Secretários. Isso
aumenta, então, o número de pessoas recebendo o salário de Vereador. Correto.
Isso traz um encargo a mais ao Legislativo.
Agora,
quando os 36 Vereadores desta Casa têm direito a solicitar, com a concordância
do Executivo, três funcionários cedidos, aí pode? Então, essa matemática, essa
lógica não é boa. Por quê? Tem autonomia, sim, cada segmento - o Executivo e o
Legislativo -, mas a reciprocidade não vai ocorrer, ou seja, “isso serve para
nós, Legislativo; podem mandar do Executivo, nós não podemos fazer a nossa
parte”. Ora, eu não posso, de forma nenhuma, aceitar. Eu digo isso de forma
fraterna, Ver. João Antonio Dib, porque já havia dito desde o início. Isso não
vai sobrecarregar, de maneira tão alta, o Legislativo.
Agora,
se é para fazer isso, então nós temos que hoje mudar as regras. Bom, o Vereador
que virar Secretário, tudo bem, é pago pelo Executivo, mas que também os
Vereadores não tenham mais nenhum cedido, e vamos criar um outro mecanismo, não
saberia qual, mas vamos discutir, vamos ver no nosso ordenamento de despesas
aqui, vamos ver quais as despesas, o que poderia ser plausível para o
incremento de um ou outro funcionário.
Então,
por isso, da forma como está o Projeto, eu não tenho condições de votar
favoravelmente, Ver. João Antonio Dib. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PR nº 111/05.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Luiz Braz; colegas Vereadores, Vereadoras, prezados
assistentes, o Projeto em discussão, de autoria do colega Ver. João Antonio
Dib, é muito importante e interessante. Nós temos que discutir aqui, sim, um
conceito e não se o Vereador vai ganhar um pouco mais lá ou aqui.
Esta
Casa tem 36 Vereadores, portanto há um Orçamento previsto para 36 Vereadores. O
que acontece na prática? Vários Vereadores tornam-se Secretários, que é
natural, legítimo e meritório, porém no Executivo Municipal está previsto o
salário de Secretário; está previsto, nos custos orçamentários de Pessoal do
Município, o salário de Secretário. E esta Casa tem de cumprir bem o seu
Orçamento, a previsão estrutural que é para 36 Vereadores, mas o que acontece
quando um Vereador Titular vai para um Secretariado? Assume o Suplente do seu
Partido, e esse passa a receber também o salário de Vereador. Creio que hoje
esta Casa está pagando 39 ou 40 salários de Vereadores, e nós somos 36
Vereadores. São 41 Vereadores, corrige-me aqui o nobre Ver. João Antonio Dib.
Estamos pagando 41 salários de Vereadores. Não estão na previsão orçamentária
recursos para 41 Vereadores, e sim para 36. O que nós, Câmara de Vereadores,
fazemos todos os anos para poder ficar dentro do limite de custos e de gastos?
Cortamos um conjunto de despesas que estão previstas no Orçamento daquele ano,
mas, no final do ano, tem que arrochar e desconstituir alguns trabalhos que dão
suporte legislativo.
Portanto,
o Projeto do Ver. João Antonio Dib, antes de ser justo orgânica, estrutural e
economicamente, é um Projeto muito lógico. É permitido hoje? É permitido. Bem,
os Vereadores que se tornam Secretários acabam optando pelo subsídio de
Vereadores, mas atuam numa estrutura de Secretário. Nós sabemos que cada
Secretaria, para que possam ser executadas as suas atividades, Ver. Raul, tem
um conjunto de assessores, um conjunto de equipamentos estruturais, a exemplo
dos veículos, ou administrativos, suportes para que a pessoa possa exercer um
bom mandato de Secretário, para executar sua política como Vereador. Porque o
Vereador, indo para Secretaria, não deixa de ser Vereador, e nenhum Secretário
deixa de atuar politicamente como Vereador sendo Secretário, nisso temos
tranqüilo acordo.
Portanto,
trago aqui a nossa posição, e esse foi o nosso Parecer quando relatamos na
CUTHAB, justificado por um arrazoado de questões legais. Votaremos a favor do
Projeto do Ver. João Antonio Dib. No momento em que o Vereador optar por ser
Secretário, ele passará a receber os subsídios do Executivo como Secretário,
como já está previsto orçamentariamente, para não sobrecarregar em demasia a
nossa Casa em relação àquilo que não está previsto. Como já foi dito, somos 36
Vereadores, e hoje a Casa paga para 41 Vereadores, por opção. São 40 ou 41, tenho
dúvida a esse respeito, mas tanto faz, paga para mais de 36 Vereadores. Nesse
sentido, Sr. Presidente, venho trazer aqui apoio ao Ver. João Antonio Dib pelo
Projeto que apresenta. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para discutir o PR nº 111/05.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, estamos discutindo a proposta do Ver. João Antonio Dib que
objetiva minorar os gastos da Câmara Municipal, impedindo que o Vereador,
investido em cargo do Poder Executivo, receba seus vencimentos pelo Poder
Legislativo.
De
todos os argumentos ouvidos agora, eu queria acrescentar um que, neste
instante, eu estava pensando, e a Verª Clênia Maranhão me passou a idéia
coonestando aquilo que eu penso. Nós temos, no Município, dois Poderes, e o
poder nesta Casa é subdividido, evidentemente há outras subdivisões, mas o
principal, o que o povo elege, é que cada um de nós, Vereadores, tem um trinta
e seis avos desse poder - uns um pouquinho mais, outros um pouco menos -, que
se faz por meio de gabinetes, de produções desses Vereadores, que se expressa
por meio desse tipo de trabalho.
E
existe uma circunstância que eu acho que não só favorece a Casa, como também
aumenta o poder da Casa, que é a presença de um Vereador durante uma
Legislatura... Por exemplo, agora nós temos, parece, quatro Vereadores que
exercem um poder a mais dentro do Poder Executivo. Conseqüentemente, além da
honra de um Vereador desta Casa ser escolhido para ser do Executivo, ele passa
a incorporar poder a esta Casa. Flui muito mais fácil a relação da Casa com
esse Vereador. Nós temos sentido isso com honrosas exceções. A grande maioria
das vezes em que a Casa teve essa situação, Ver. João Bosco Vaz - e V. Exª é um
exemplo de como houve uma excelente relação entre a Câmara Municipal e a sua
Secretaria -, houve um excelente desempenho. Até as coisas que lhe desgostaram
muitas vezes, Vereador, geraram um debate que no final lhe deu não só razão...
Por exemplo, o Bonde da Cidadania, hoje outras cidades o adotam como um
excelente Projeto.
E
isso eu acho que não pode ser avaliado em condições numéricas do tipo assim:
Orçamento da Câmara. Não! Esse seria um gasto a mais da Câmara, porque vai ter
de pagar os ausentes, sim. Mas vale a pena ter esse gasto de três ou quatro
Vereadores incorporando, entre aspas, a esta Casa um poder que faz com que as
relações sejam muito mais harmônicas, muito mais producentes e muito mais
interessantes para a população de Porto Alegre.
Portanto,
isso é realmente um gasto, e sei que nós precisamos fazer economia, mas, no
caso, acho que o pagamento é apenas um dado, e muito pequeno, para
confrontarmos com a imensa vantagem política, administrativa e social que
representa um Vereador. Especialmente eu me refiro a Vereadores de grandes
experiências que tenham essa opção, essa possibilidade de optar por um salário,
por um vencimento que não seja o do Executivo, e sim a sua opção pelo
Legislativo. Evidentemente, pela minha defesa, vou votar contra a idéia desse
Projeto, pois seria, sim, um excelente investimento político da Casa a presença
de Vereadores em outro Poder, mesmo optando pelo salário da Casa.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PR nº 111/05.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu deixei esta Casa
por quatro vezes para ser Secretário no Município e, nas quatro vezes, recebi o
meu salário lá no Município. Mas eu fiz esta proposição no ano passado - não
foi agora -, quando esta Casa tinha imensas dificuldades para repor o salário
dos seus servidores. Ora, eu não sou dono da verdade, eu não sou dono das
idéias, mas da minha idéia eu sou dono e, depois, sou um Vereador atento. É
falta de modéstia? É, mas eu sou um Vereador atento.
Foi
referido na tribuna o parágrafo 1º do art. 218 (Lê.): “Considerar-se-á
automaticamente licenciado o Vereador investido na função pública prevista no
inciso VIII” - o inciso VIII é para desempenhar cargo público - “devendo optar
pelos vencimentos do cargo ou pela remuneração do mandato, a partir da
respectiva posse”. Esse é o parágrafo 1º do art. 218. Agora, é claro que o
Vereador vai ler o parágrafo 2º também. O parágrafo 2º diz assim (Lê.): “Para
fins de remuneração, considerar-se-á em exercício o Vereador licenciado, nos
termos dos incisos I a V, e em representação, nos termos do parágrafo 4º”. Quer
dizer, a remuneração daquele que está enquadrado no inciso VIII, que é para
desempenhar cargo público, deve ser diferente da remuneração do Vereador em
exercício, porque os Vereadores que daqui saem... E não precisam alegar que nós
temos servidores do Município à nossa disposição, porque isso, ao longo da
história da Câmara, tem acontecido, o Município tem 26 mil servidores entre
ativos e inativos, nós não temos isso. Aqui o Vereador recebe uma ajuda de
custo que está vinculada à presença do Vereador em plenário. Portanto, se ele
está lá no Executivo, ele não está no plenário. Essa ajuda de custo, segundo o
parágrafo 2º do art. 218, não pode ser paga.
Mas
eu não estava nunca preocupado com isso, até o momento em que eu vi que havia
necessidade de socorrer os servidores da Câmara. E não fui o único a sentir
essa necessidade; todos os Vereadores sentiram essa necessidade. E é tão
verdade que todos me acompanharam no meu posicionamento, e em todas as
Comissões o Projeto obteve aprovação.
Portanto,
eu não quero inovar, eu não quero criar problema para os meus colegas, para os
meus Pares. Depois de eleitos, todos têm a mesma condição de Vereador,
independe do número de votos, independe de qualquer outra coisa. Não vai dizer
que fez bem, então foi votar. Não. Estão aqui, são todos Vereadores com a mesma
força, com o mesmo peso, com a mesma responsabilidade, com a mesma seriedade.
Não pode ser diferente.
Agora,
se foi para lá, escolheu; quem escolhe, quem opta aceita as condições. E as
condições, no entendimento deste Vereador, são diferentes para aquele que está
aqui no plenário exercendo as suas atividades e para aquele que está lá no
Município, como Secretário, ou no Estado - nós tivemos um caso de Secretário de
Estado recebendo pela Câmara. Eu acho que está muito bem colocado, até fico
satisfeito porque todas as Comissões disseram que eu estava certo. Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Obrigado,
Ver. João Dib.
Encerrada
a 2ª discussão geral sobre o PR nº 111/05.
Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras, o próximo Processo só requer
votação...
O
SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Sr.
Presidente, eu solicitaria verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Olha,
se os Srs. Vereadores quiserem, podemos fazer a verificação de quórum, mas eu
posso dizer que visivelmente, neste momento, nós não temos quorum.
O
Processo exige para a votação, Ver. Mario Fraga - e não é desrespeito a V. Exª
- a presença de no mínimo 19 Vereadores em plenário. Eu vejo, neste exato
instante, que nós não temos 19 Vereadores em plenário; visivelmente notamos que
não existe quórum para prosseguirmos a presente Sessão. O próximo Processo
seria o último a ser votado na Ordem do Dia, segundo acordo com as Lideranças
da Casa. Então, praticamente cumprimos toda a nossa Pauta de discussão e
votação no dia de hoje. Obrigado.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h27min.)
*
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